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Desconectados
 
AUTOR: JOSÉ FERNANDO CRUZ
 
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Uma experiência de viagem, onde a comunicação entre almas venceu!

Ruas Joenesburgo

Joanesburgo – África (Sexta-feira, 24-02-2017, Gaudium PressA viagem foi boa! Avião vazio, sem vizinhos nas poltronas.

Uma aterrisagem normal, que até mereceria aplausos pelo pouso suave. Desembarque de malas de mão, corredores com cartazes oferecendo produtos, verificação de passaportes, visto de entrada, esteira de malas e finalmente do outro lado: solo sul africano…

Começou aí meu drama! Amigos que deviam estar à minha espera, não se encontravam à saída do desembarque. Uma pequena decepção, pois é tão agradável encontrar gente conhecida, sorrindo, que nos aguarda. Especialmente, quando, em um Continente tão cheio de vida e mistério.

Dirigi-me ao balcão de atendimento a turistas. E tentei explicar que precisava de ajuda, de um tradutor que falasse português, francês, espanhol ou italiano, mas não havia. Apenas inglês, respondiam eles.

A preocupação, transformava-se em aflição. Pois de tempo em tempo, alguém me abordava oferecendo um serviço. Percebia que havia transformado-me num alvo fácil para aproveitadores, que existem em todos aeroportos do mundo.

Pior ainda, não conseguia uma conexão de internet, para poder me conectar e conseguir as informações necessárias. Todas às vezes que tentava faze-lo, utilizando Wi-Fi local, apareciam avisos que não havia seguridade na operação e que tentavam roubar minhas senhas, cartão de crédito e dados pessoais.

Eu estava desconectado! Sem o endereço ou telefone da casa em que me hospedaria. No meu otimismo e certo que estariam para me buscarem, deixe de tomar essa providência tão elementar.

Segurava minhas malas com atenção e todos que se aproximavam, tornaram-se aos meus olhos, um inimigo potencial. Olhava para o meu celular, como quase outro órgão de meu corpo, estava mudo, inexpressivo. Não adiantava ficar inativo, como esse estúpido telefone no qual tinha posto toda minha confiança, meus amigos, meus documentos, meus segredos enfim… Minha vida!

Era preciso, agora, enfrentar a situação, pois já quase três horas haviam se passado e meus anfitriões, decididamente, desapareceram. Primeira providência era sentar-me com calma e dar a entender que era dono da situação. Assim foi feito…

Árabes, chineses, africanos de variados países não paravam de chegar ou sair do saguão. Com suas tradições, roupas, barbas, costumes que nos transportavam a um mundo quase irreal. De repente, como por um encanto, o celular começou a dar sinal que estava vivo. Imediatamente, encontrei o número que tanto precisava. Alívio!

Com esse grande triunfo precisava de uma pequena ajuda, um outro celular. que pudesse chamar o número onde ficaria. Sentada ao meu lado encontrava-se uma senhora, com sua pequena filha. Dirigi-me a ela, no meu inglês mal falado, explique-lhe que era um missionário católico e precisava de auxílio. Imediatamente seu rosto iluminou-se e disse sorridente: I am also catholic! E como que para garantir que estava falando a verdade, mostrou-me o terço que levava em sua bolsa. De meu lado fiz o mesmo!

Ela vinha da Tanzania e por sua vez aguardava uma condução, pois estava no país para um tratamento médico. Gentilmente ligou para meus conhecidos que muito rapidamente vieram ao meu encontro.

Já a caminho da hospedagem, pelas avenidas de Joanesburgo, sentia a alegria de ter sido iluminado por aquele sorriso, aquela fé, da minha tanzaniana. Irmã pelo Batismo e a qual falava o mesmo idioma que eu: Católicos, Apostólicos, Romanos…

José Fernando Cruz

 

 
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