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O Segredo mais famoso da História, comunicado a três crianças inocentes
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 23/10/2017
 
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Redação (Segunda-feira, 23-10-2017, Gaudium Press) Estamos tendo a oportunidade de compartilhar com nossos leitores diversos artigos sobre as Aparições de Nossa Senhora em Fátima, em 1917, aos pastorinhos: Lúcia, Francisco e Jacinta.

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Numerosos são os que desejam que se aprofunde em tema tão escrito, tão falado e, tristemente, tão ocultado, o que poderíamos chamar o “coração” da Mensagem de Fátima. Comecemos recordando as singulares afirmações do Papa Bento XVI, de que era “a mais profética das aparições modernas” (13-5-2017). Proféticas, por terem sido previsões e advertências que em parte se confirmaram através do correr do tempo, e algumas pendentes de acontecer.

A Mensagem consistia em um Segredo, constituído por três partes. Foram palavras de Nossa Senhora que encheram de perplexidade a muitos, dando lugar a expectativas preocupantes. Mas também transmite a esperança gozosa no final, anunciando o triunfo de seu Imaculado Coração, promessa que nos cumula de confiança e de paz.

Nossa Senhora quis, no início, manter em segredo a Mensagem dizendo: “não digam isto para ninguém”. Foi, precisamente, a parte central do mesmo. Indicaria à Lúcia, a mais velha das três crianças em seus apenas 11 anos, o momento de começar à comunicá-lo por partes ao mundo.

A chamada “primeira parte” do Segredo foi a visão do inferno que as três crianças tiveram, revelada com muitos detalhes, que as deixou espantadas: “Haveis visto o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores; para salvá-las Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. Se fizerem o que irei dizer, se salvarão muitas almas e terão paz”. Eram palavras de Nossa Senhora para incentivar neles, e ao mundo, a “oração e penitência”.

A “segunda parte” é a que contêm o texto mais denso, advertindo sobre os acontecimentos que aconteceriam no mundo se não se cumprisse o que era pedido. “Deus castigará o mundo por seus crimes por meio da guerra, a fome e as perseguições à Igreja e ao Santo Padre”. Anunciava uma conflagração pior à Primeira Guerra Mundial que estava em curso: “A guerra acabará. Mas, se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior”. Esta seria pressagiada por “uma noite alumbrada por uma luz desconhecida; é o grande sinal que Deus vos dá de que castigará o mundo pelos seus crimes”. Na noite do dia 25-26 de janeiro de 1938, uma aurora boreal -qualificada de “excepcional magnitude” pelos cientistas- iluminou os céus da Europa Ocidental. No ano seguinte, graves acontecimentos foram precipitando a Segunda Guerra Mundial que começou no dia 1º de setembro de 1939.

Vem, a seguir, o considerado como o coração da Mensagem: “Se atenderem aos meus pedidos (principalmente estava neles a mudança de vida), a Rússia se converterá e terá paz; mas, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá que sofrer muito, várias nações serão aniquiladas. Por fim meu Imaculado Coração triunfará”.

Sobre “a terceira parte do Segredo”, não sabemos as razões da Irmã Lúcia de não dá-la a conhecer, o qual deu motivo a inumeráveis comentários ao longo dos anos.

O Carmelo de Coimbra publicou, em 2015, anotações privadas de Lúcia sob o título de “O Meu caminho”. Relata aqui a perplexidade que a afligia, em momentos de grave enfermidade, diante do pedido do Bispo para que escrevesse a parte secreta não revelada da Mensagem. Em janeiro de 1944, ajoelhada diante do Santíssimo Sacramento, querendo saber a vontade de Deus, teve uma visão surpreendente. Sentindo “uma mão amiga, carinhosa e maternal que me toca o ombro. Era minha querida Mãe do Céu. Não temas, escreve o que te mandam, mas não o que te dei a entender de seu significado”. Assim foi que escreveu a parte mais famosa da Mensagem, com esta ordem: “Coloque dentro de um envelope, feche-o e sele-o, e escreva por fora que somente poderá ser aberto em 1960 seja pelo Patriarca de Lisboa ou pelo Bispo de Leiria”. Em 06/06/1958 escreve a Pio XII: “É de conhecimento de Vossa Santidade a existência do chamado Segredo de Fátima que poderá ser aberto depois do início do ano 60”.

Qual era o fim desta missiva? Era para que, expondo o que foi e é a Mensagem de Fátima, “esclarecer os espíritos sobre o caminho da vida cristã que deve seguir e os erros dos quais se deve distanciar, para que não se deixem enganar por falsas doutrinas”. Assim de forma clara e contundente era, como vemos nestes trechos, a carta ao Santo Padre.

Por circunstâncias que não conhecemos -que poderão ser conhecidas no futuro não distante- quarenta anos depois acabou sendo publicado, no ano 2000, por ordem de João Paulo II.

Perplexos ficaram alguns pelo texto. Acompanhado de extensas explicações por parte do então Cardeal Ratzinger, qualificadas pelo mesmo como: “tentativa de interpretação”. Tratava-se principalmente de uma visão que tiveram as três crianças de fatos futuros. Relata Lúcia: “vimos do lado esquerdo de Nossa Senhora um Anjo com uma espada de fogo… emitia chamas que pareciam que iam incendiar o mundo… assinalando a terra disse em forte voz: penitência, penitência, penitência!”… “Vimos um Bispo vestido de branco, tivemos um pressentimento de que era o Santo Padre”… “atravessou uma grande cidade em meio de ruínas”… “chegou no alto e foi morto por um grupo de soldados”… “do mesmo modo morreram um após o outro (os que o acompanhavam desde Bispos à leigos)”. Estes são apenas alguns trechos do relato dado a conhecer.

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Não deixou tranquilos aos comentaristas esta “tentativa”, chegando-se a não poucas e polêmicas opiniões sobre o que quis dizer Nossa Senhora, porque demorou em comunicar ao mundo, se está completo, ou se há uma “quarta parte”, etc. Se pode dizer, que está cheio de mistérios.

Como podem ver, não é possível pretender, em um artigo, transmitir e interpretar toda a Mensagem. Mas podemos fazer considerações que correspondam à realidade que estamos vivendo. Bem disse Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, Fundador dos Arautos do Evangelho, em seu livro ‘Por fim Meu Imaculado Coração triunfará!’: “Tudo o que ela previu que ocorreria se a humanidade não se emendasse, se cumpriria com o agravamento da crise contemporânea. E isto é justo o que passou, porque a situação mundial na qual vivemos -com a imoralidade que impera em todos os setores da sociedade e as convulsões que assolam toda a terra- é a prova de que se cumpriu a advertência contida na Mensagem da Mãe de Deus, transmitido pelos lábios de três inocentes pastorinhos, e que culminou com palavras de esperança, com o anúncio do triunfo de seu Imaculado Coração. As aparições de Fátima, portanto, não se relacionam somente com o passado. Pelo contrário, anunciam uma nova era na História da Igreja. Sobre a lamentável decadência moral e religiosa de nosso tempo, Fátima assinala claramente para um futuro de triunfo e de glória, que virá depois da penitência e a conversão dos homens”.

Por Padre Fernando Gioia, EP

(Publicado originalmente em ‘La Prensa Gráfica’ de El Salvador. 13 de outubro de 2017)

Traduzido por Emílio Portugal Coutinho

 
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