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Paquistão tem nova forma de perseguir cristãos: “Blasfêmia digital”
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 14/07/2016
 
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Faisalabad, Punjab – Paquistão (Quinta-feira, 14/07/2016, Gaudium Press) – Na diocese de Faisalabad, em Punjab, no Paquistão, o cristão James Nadeem foi preso por, supostamente, ter enviado uma ‘mensagem blasfema’ por WhatsApp.

Nadeem vive no distrito de Gujrat, na região de Punjab. Ele foi denunciado por Yasir Bashir por, supostamente, ter enviado uma poesia contendo ofensas contra figuras tidas com sagradas pelo islã.

A queixa foi apresentada à polícia e um boletim de ocorrência policial foi lavrado: Nadeem e seus familiares foram presos.

Logo em seguida, “para prevenir incidentes ou ataques de massa”, as autoridades islâmicas enviaram forças policiais ao bairro cristão da cidade de Sara-i-Alamgir, local onde o episódio ocorreu.

As 30 famílias cristãs que vivem no bairro continuam assustadas. No passado, episódios como este desencadearam violência contra as comunidades cristãs. No bairro vivem 30 famílias cristãs que ainda estão assustadas.

“Blasfêmia digital”

A agência vaticana Fides denunciou que a denominada “blasfêmia digital” está ganhando cada vez mais espaço no Paquistão:

Os cidadãos muçulmanos denunciam os cristãos por supostas mensagens blasfemas contra o Corão, o Islã ou Maomé em redes sociais ou na internet.

Fazem isso com ou sem provas e sob a proteção da lei da blasfêmia.

“Acontece sempre assim: um cristão é acusado, a acusação deve ser demonstrada, entretanto, toda a comunidade corre o risco de uma punição coletiva”, disse à agência vaticana o Pe. Emmanuel Parvez, da diocese de Faisalabad, em Punjab, onde ele luta para evitar tais incidentes.

Lei da blasfêmia

A chamada “Lei de Blasfêmia” reúne várias normas contidas no Código Penal, inspiradas diretamente na Shariah (a lei religiosa muçulmana) e tem como objetivo sancionar qualquer suposta ofensa, com palavras ou obras, contra Alá, Maomé ou o Corão.

Uma denúncia pode ser feita por qualquer muçulmano e não tem necessidade de testemunhas ou provas adicionais.

O castigo supõe o julgamento imediato, seguida de condenação à prisão ou morte do acusado.

Caso Emblemático

Esta lei é usada com frequência para perseguir a minoria cristã. e aos cargos públicos.

Um dos casos mais emblemáticos na aplicação desta lei é o da mãe e esposa católica Asia Bibi. Ela encontra-se na prisão há quase 6 anos por ser acusada de blasfêmia contra Maomé.

Em pouco tempo, longa história de ataques a cristãos

No Paquistão, o ódio aos cristãos, que são uma minoria religiosa, parece não ter limites.

-Em março deste ano, um grupo de terroristas muçulmanos atacou um parque na cidade de Lahore, onde um grupo de cristãos celebrava a Páscoa: 65 pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas.

-Após este atentado, milhares de muçulmanos fizeram uma violenta manifestação na qual exigiam a execução de Asia Bibi.

-Logo Na primeira semana deste ano, um grupo de muçulmanos sequestrou uma jovem cristã, outro queimou uma pilha de bíblias e livros litúrgicos em uma Igreja e queimaram um templo protestante, na região de Punjab.

-Em outubro do ano passado, uma cristã de 28 anos foi queimada viva por negar-se a casar com um muçulmano. A mulher não morreu, mas ficou com 80 por cento do corpo afetado.

-Em abril de 2015, um grupo de extremistas islâmicos incendiou um adolescente porque disse: “sou cristão”. O jovem morreu logo depois de perdoar os seus assassinos.

-Poucos dias antes, em março, dois terroristas suicidas atentaram contra dois templos cristãos no bairro de Youhanabad, em Lahore, causando a morte de 14 pessoas e 80 ficaram feridas.

O ataque foi dirigido às “igrejas cristãs. Os cristãos são perseguidos. Nossos irmãos derramam sangue só porque são cristãos”: afirmou o Papa, na ocasião. (JSG)

 
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