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Saiba quem foi a nova Beata Guadalupe Ortiz de Landázuri
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 20/05/2019
 
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Redação (Segunda-feira, 20-05-2019, Gaudium Press) No último sábado, em Madri, o Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal Giovanni Angelo Bécciu, presidiu à Beatificação de Guadalupe Ortiz de Landázuri, primeira leiga do Opus Dei.

Saiba quem foi a nova Beata Guadalupe Ortiz de Landázuri.Arquivo Gaudium Press1.jpg

Quem foi a Beata Guadalupe?

Guadalupe Ortiz de Landázuri nasceu em Madri, Espanha, no dia 12 de dezembro de 1916. Era a quarta filha e única menina do casal Manuel Ortiz de Landázuri e Eulogia Fernández-Heredia.

Os seus pais educaram-na na fé cristã.

Com 10 anos, mudou-se com a família para Tetuán, no norte de África, por causa do trabalho do pai, que era militar.

Na sua infância destacavam já dois traços característicos da sua personalidade: a força de vontade e a valentia.

Em 1932 sua família voltou para Madri, onde Guadalupe terminou o ensino médio no Instituto Miguel de Cervantes.

Em 1933 matriculou-se no curso de Ciências Químicas na Universidade Central. Era uma das 5 mulheres de uma turma de 70. Seus colegas da universidade recordam-na seriamente dedicada ao estudo, com grande simpatia e gosto pelo imprevisto.

Pai assassinado

Durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), seu pai foi feito prisioneiro dos comunistas que, finalmente, após um julgamento sumário, o condenaram a morte e o mataram.

Guadalupe, que tinha então 20 anos, juntamente com o irmão Eduardo e a mãe pôde despedir-se dele horas antes do fuzilamento e dar-lhe serenidade nesses momentos.

Perdoou do fundo do coração aos que tinham decidido a condenação do pai: eles não sabiam o que faziam…

Mudanças e encontro com Josemaría Escriva

A família instalou-se em Valladolid até ao final da guerra. Em 1939 voltaram para Madri onde Guadalupe começou a dar aulas no colégio da Bem-aventurada Virgem Maria e no Liceu Francês.

Um domingo de 1944, ao assistir à missa sentiu-se “tocada” pela graça de Deus.

Ao voltar a casa, encontrou um amigo a quem manifestou o desejo de falar com um sacerdote. Este ofereceu-lhe o telefone de Josemaria Escrivá.

Em 25 de janeiro foi a um encontro com ele no primeiro centro de mulheres do Opus Dei, na rua Jorge Manrique.

Guadalupe recordava esse encontro como a sua descoberta do chamado de Jesus Cristo a amá-lo sobre todas as coisas através do trabalho profissional e da vida diária.

Depois de considerar o assunto na oração e de fazer um retiro espiritual, em 19 de março decidiu responder que sim ao Senhor. Guadalupe tinha 27 anos.

Caminho de perfeição

A partir desse momento, Guadalupe intensificou o seu trato com Deus. Cumpria com amor as suas ocupações e procurava passar tempos de oração junto ao sacrário.

O Opus Dei estava nos seus primeiros anos e, entre as tarefas que havia que realizar, era importante atender a administração doméstica das residências de estudantes que estavam começando, em Madri e em Bilbao. Guadalupe dedicou-se durante uns anos a estes trabalhos.

Eram anos de escassez e de racionamento e, a estas dificuldades exteriores, juntava-se o seu esforço por aprender um trabalho para o qual não tinha especial habilidade.

A Química, o Trabalho e o Convite de Escrivá

Sua paixão pela Química não diminuiu. Sempre que podia, continuava seus estudos.

Durante o ano letivo 1947-1948 foi a diretora da residência universitária Zurbarán.

Relacionava-se facilmente com as universitárias que respondiam com confiança à paciência e ao carinho que lhes demonstrava e ao sentido de humor com que as ajudava na sua vida acadêmica e pessoal.

No dia 5 de março de 1950, por convite de São Josemaria, foi para o México levar a mensagem do Opus Dei a essas terras.

Partiu entusiasmada com o trabalho que se faria na América sob o amparo de Nossa Senhora de Guadalupe.

Matriculou-se no doutorado em Ciências Químicas, que já tinha iniciado na Espanha.

Com as que a acompanharam, pôs em funcionamento uma residência universitária. Animava as residentes a levarem a sério os seus estudos e abria-lhes horizontes de serviço à Igreja e à sociedade de que faziam parte.

Destacava-se a sua preocupação pelos pobres e idosos. Entre outras iniciativas, criou com uma amiga -médica de profissão- um dispensário ambulante: iam de casa em casa nos bairros mais necessitados, atendendo às pessoas e oferecendo-lhes medicamentos gratuitamente.

De um modo especial a Beata Guadalupe promoveu um apostolado de formação católica junto às mulheres residentes na zona rural promovendo ainda um programa de ensino para o qual fundou a escola rural de Montefalco, onde se aprendia a ler e a escrever, e também a fazer alguns trabalhos manuais.

Saiba quem foi a nova Beata Guadalupe Ortiz de Landázuri.Arquivo Gaudium Press.jpg

Grande Coração, Carater decidido

Guadalupe tinha um grande coração e um carácter decidido, que procurava dominar esforçando-se por se expressar com delicadeza e suavidade.

O seu otimismo cristão e o seu sorriso habitual atraíam, e essa alegria expressava-se muitas vezes em canções, embora não cantasse especialmente bem.

Durante os anos que esteve no México foi uma das impulsionadoras de Montefalco, uma ex-fazenda colonial que estava em ruínas e que hoje é sede de um centro de convenções e casa de retiros e de duas instituições educativas: o Colégio Montefalco e a escola rural El Peñón.

Mudança para Roma e Espanha

Em 1956 mudou-se para Roma para colaborar mais diretamente com São Josemaria no governo do Opus Dei. Nesse ano surgiram os primeiros sintomas de uma doença cardíaca e teve que ser operada em Madri.

Apesar da boa recuperação, a sua cardiopatia tornou-se mais grave e precisou regressar definitivamente à Espanha.
Atividades na Espanha

Retoma a atividade acadêmica e começa uma pesquisa com a qual defendeu sua tese de doutorado, recebeu prêmios tornou-se Doutora em 8 de julho de 1965.

Ao mesmo tempo, desenvolveu as suas tarefas docentes como professora de Química.

A partir de 1968 participa no planejamento e início do Centro de Estudos e Investigação de Ciências Domésticas (CEICID).

Convívio ameno

As pessoas que conviveram com ela recordam que era mais compreensiva do que exigente com os outros, e que se percebia que procurava a Deus ao longo do dia: sabia-se olhada por Ele e pela Santíssima Virgem, sempre que podia fazia breves visitas ao sacrário, para falar a sós com Jesus sacramentado.

Tinha muitas amizades, a que dedicava tempo e as suas melhores energias sem descuidar as que conviviam com ela, que atendia com muito carinho.

Últimos dias

Apesar da sua doença cardíaca, Guadalupe não se queixava e procurava que não se notasse o cansaço que tinha ao caminhar, subir escadas, etc. Esforçava-se por escutar com interesse os outros e queria passar inadvertida, procurando centrar a conversa nos outros.

Em 1975, os médicos decidem operá-la e deixa a sua casa em Madri para ingressar na Clínica Universitária de Navarra. No dia 1 de julho é operada.

Poucos dias antes, em 26 de junho, tinha falecido em Roma o fundador do Opus Dei. Guadalupe recebeu a notícia com grande dor, mas com a paz e a alegria de saber que ele já gozava de Deus.

Ela própria, passados poucos dias, iria enfrentar a sua própria morte com essa serenidade: embora o resultado da operação fosse satisfatório, quando estava se recuperando sofreu uma repentina insuficiência respiratória.

Morreu no dia 16 de julho de 1975, festa de Nossa Senhora do Carmo.

Em 5 de outubro de 2018, seus restos mortais foram transferidos de Pamplona para o Real Oratório de Caballero de Gracia, em Madri. (JSG)

(Fonte: Opus Dei)

 
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