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O que Dom Bosco propôs para combater a peste
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 13/03/2020
 
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Em tempos de pandemia, é fácil cair na angústia e no desespero, mas colocando o olhar e a confiança em Deus e na Santíssima Virgem superaremos esta prova. Vários Santos, ao longo da história, foram testemunhas de Fé e confiança em momentos de dificuldade. Dom Bosco foi um deles, que em 1854 – alguns anos antes de fundar a Congregação Salesiana -, viveu junto com seus filhos espirituais, cerca de cem adolescentes do Oratório de Turim, a epidemia do Cólera que na época afetou fortemente a cidade italiana.

Dom Bosco conta com sua fé

O Padre Ángel Peña, OAR, no livro “Vivências de Dom Bosco”, citando Juan Bautista Lemoyne, biógrafo do Santo da juventude, narra que em julho de 1854 foram apresentados os primeiros casos de cólera em Turim; uma epidemia que começava a aparecer e a gerar pânico entre os cidadãos. Dom Bosco, com uma grande confiança em Nosso Senhor e na Santíssima Virgem, acalmou os ânimos dos jovens, dizendo-lhes:

“Se cumprirem o que lhes digo, os livrarei do perigo. Antes de tudo, deveis viver na graça de Deus, usar uma medalha da Santíssima Virgem no pescoço, que eu abençoarei e darei a cada um, rezar todos os dias um Pai Nosso, uma Ave Maria e um Glória com a oração de São Luís Gonzaga, acrescentando a jaculatória: Livrai-nos, Senhor, de todo o mal”.

Passaram-se os dias e a epidemia foi crescendo exponencialmente até causar a morte de setenta por cento das pessoas infectadas. Muitos dos que contraíram a doença eram abandonados, sem ajuda nem assistência, inclusive por seus próprios familiares. Os coveiros também foram forçados a entrar nas casas para remover os cadáveres já corrompidos.

Tudo isso aconteceu no bairro onde ficava o oratório, onde Dom Bosco sempre estava com seus filhos espirituais, aconselhando-os com as devidas precauções, mas, sobretudo, chamando-os a permanecer em estado de graça diante de Deus. Em uma ocasião, lhes disse:

Recomendo que façais amanhã uma boa confissão e comunhão, para que eu possa oferecer todos juntos à Santíssima Virgem, implorando que os proteja e defenda como seus filhos mais queridos”.

É preciso não ofender a Deus, mesmo na desolação

O Santo lhes explicou ainda que a causa deste mal era, sem dúvida, o pecado e que “se todos vocês se colocarem na graça de Deus e não cometerem nenhum pecado mortal, os asseguro que ninguém será atacado pelo cólera”; mas se alguém persistisse em ser inimigo de Deus ou ofendê-lo de maneira grave, ele não poderia garantir que a enfermidade não os atingissem.

Mas todos os filhos espirituais de São João Bosco ouviram o pai e vários, a pedido do próprio fundador dos salesianos, se ofereceram para ajudar os enfermos, sem que nada lhes acontecesse, nenhum deles adoeceu de cólera.

Sobre isso, ressalta o Padre Ángel Peña em seu livro:

“Naquela época, os alunos do colégio interno, com Dom Bosco e sua mãe, formaram uma grande família de quase cem pessoas. Eles foram instalados em um local onde o cólera causou muitos danos, e que, tanto à direita quanto à esquerda, cada casa teve que chorar seus mortos. Depois de quatro meses de passada a epidemia, não faltava nenhum deles. O cólera os cercou, chegou às portas do Oratório, mas como se uma mão invisível tivesse feito retroceder, obedeceu, respeitando a vida de todos”.

Gratidão à Deus

São João Bosco não hesitou em mostrar sua gratidão a Deus e à Nossa Senhora por proteger a vida de seus jovens. Assim, no dia 8 de dezembro de 1854 – data na qual o Papa Pio IX proclamou o dogma da Imaculada Conceição -, ele disse estas palavras aos seus filhos:

“Vamos agradecer a Deus, queridos filhos, que temos razões para isso; porque, como estão vendo, nos preservou a vida em meio aos perigos da morte. Mas para que nossa ação de graças seja agradável, unamos a ela uma cordial e sincera promessa de consagrar a seu serviço o resto de nossos dias, amando-o de todo coração, praticando a religião como bons cristãos, guardando os mandamentos de Deus e da Igreja, fugindo do pecado mortal, que é uma doença muito pior do que o cólera e a peste”.

Entre os jovens se encontravam Miguel Rua, Juan Cagliero e Luis Anfossi, que mais tarde seriam parte do grupo com os quais Dom Bosco fundaria a Congregação Salesiana.

 
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