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Espiritualidade


As cores das almas
 
AUTOR: CAROLINA AMORIM ZANDONÁ
 
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Em nossa passagem por esta vida, cabe-nos descobrir e intensificar a cor que Deus reservou para nossa alma. Belíssima e diferente de todas as outras, ela fará com que brilhemos de modo todo especial no Céu.
Santa Bernadette Soubirous

   O leitor já pensou em meditar sobre as cores de uma forma diferente? Pois é ao que o convido, propondo-lhe um desafio: se pudéssemos ver a alma de um Santo, qual seria a sua cor? Não fiquemos apenas na teoria e voltemos nossa atenção a exemplos concretos.

   Comecemos pela vidente de Lourdes, Santa Bernadette Soubirous. A humilde camponesinha, filha de um moleiro dos Pireneus franceses, com inteligência comum e saúde muito débil, foi escolhida pela Santíssima Virgem para ser uma verdadeira heroína no testemunho de suas visões. Bem poderíamos comparar sua alma a um vermelho carmesim, simbolizando sua força de vontade, decidida a propagar incondicionalmente a mensagem de Nossa Senhora, apesar de todos os revezes sofridos. As ingratidões, maus-tratos e perseguições de que foi alvo ao longo de sua curta vida serviram-lhe como elementos de santificação, e acrescentaram a este vermelho carmesim de sua alma o esplendor áureo da luta. Infatigável combatente nesta terra, só na eternidade conheceu a vitória.

   Outra alma digna de nossa atenção poderia ser a de Santa Gemma Galgani. Transbordante de espírito sobrenatural, ela seria bem representada pelo lilás, que tem algo do azul e do vermelho, da estabilidade aliada à batalha. A vida desta postulante perpétua foi uma constante pugna e um aparente fracasso. O fogo do ideal religioso era ateado por Deus em sua alma e, ao mesmo tempo, impedido de se realizar… Em meio às violáceas provações, incontáveis e extraordinários convívios sobrenaturais marcavam seu espírito com maravilhosos tons de azul-celeste.

Santa Gemma Galgani

   E Santa Teresinha? Decerto nos recordaremos da cor alva. Qual seria o motivo? Em primeiro lugar, por ter sido ela inocentíssima, verdadeiramente santa e cheia de amor a Deus, o que a manteve sempre em sua graça. Aprofundando neste simbolismo, podemos descortinar ainda outra imagem sublime: a da neve, que além de alvíssima é gélida. Tal característica bem representa a mortificação de seu egoísmo, que chegou ao auge de tratar sua vontade própria com frieza heroica, a fim de fazer apenas a vontade de Deus.

Santa Teresinha do Menino Jesus

   Para finalizar nossa meditação, voltemos nosso olhar a outra alma virgem. Agora, porém, de um varão: São José. Quiçá possa representá-lo a mais linda das cores verdes, pois sua esperança inabalável em meio às perplexidades fê-lo confiar humilde e pacientemente, sobretudo no momento de lhe ser revelado o mistério da Encarnação. Este verde, contudo, possui matizes dourados que irradiam luz para todos os fiéis que imploram sua proteção e ajuda, uma vez que o Menino Jesus deve ter ornado de glória a alma de seu pai e guardião, em honra à sua fidelidade cristalina e santidade ímpar.

   Cabe a nós, em nossa passagem por esta vida, descobrir e intensificar a cor que Deus reservou para nossa alma, belíssima e diferente de todas as outras. Assim, ao cruzarmos os umbrais da eternidade brilharemos com um fulgor todo especial e faremos parte do feérico e multicolorido conjunto das almas dos Bem-aventurados no Céu. (Revista Arautos do Evangelho, Junho/2017, n. 69, p. 50 à 51)

 
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