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Jesus Cristo


Dois esplendores da mesma luz
 
AUTOR: LUÍS FILIPE SANTA RITA BARRETO DEFANTI
 
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Morrestes, ó Salvador, mas para ressuscitar, para matar a morte, agrilhoar os infernos, para que por todos os séculos os fiéis se gloriem de vossa Cruz.

   “Se também tu, ao menos neste dia que te é dado, conhecesses o que te pode trazer a paz!…” (Lc 19, 42). Assim Se lamentava Jesus, chorando sobre Jerusalém. Ele veio para os que eram seus, e, no entanto, os seus não O acolheram (cf. Jo 1, 11). Ao contrário, O recusaram e até O mataram. Quem diria que o Menino de Belém, venerado pelos pastores, adorado pelos Magos, glorificado pelo canto dos Anjos, seria o Chagado do Calvário, o opróbrio dos povos?

   Se Jesus era o Mestre, por que não O escutaram? Se era Rei, por que não O serviram? Porque Ele fez o bem, ataram suas mãos; porque era a Verdade, O caluniaram; porque era a Vida, O mataram.

   Oh, mistério de maldade escondido no coração do homem! Oh, mistério de bondade mil vezes mais profundo que encerra vosso Coração, ó Bom Jesus! Voluntariamente entregastes vossa vida, quisestes sofrer… por cada um de nós, por mim!

   O sublime espetáculo de vossa Paixão nos enche de ternura, porque, tendo chegado a hora de passar deste mundo para o Pai, amastes os vossos aqui no mundo até o fim; porque pregado na Cruz abristes vosso Reino para o ladrão arrependido e nos destes a vossa Mãe; porque do alto da Cruz atraístes tudo a Vós. Na Cruz tivestes as mãos pregadas para não me castigar, e os braços abertos para me acolher…

   Sim, atraístes a Vós uma multidão de penitentes que, como Maria Madalena, vêm banhar vossos pés com suas lágrimas; atraístes almas amigas da Cruz, as quais, como o Cirineu, têm sua glória em subir convosco o Calvário; atraístes, Senhor, um exército de heróis, que foram vingar vossa morte! Atraístes, Senhor, um incontável exército de mártires, que com generosidade entregam sua vida por Vós.

   Em vossa Cruz, Senhor, os humildes buscam refúgio, ante ela os poderosos se curvam reverentes e os reis tiram da fronte as coroas. Como, ó Bom Jesus, ver-Vos elevado da terra é para nós uma lição! Sim, uma lição de sofrimento e de glória.

   Se é verdade, ó Redentor, que no auge do sofrimento, todo coberto de chagas da cabeça aos pés, Vós pareceis mais um verme e não um homem (cf. Sl 21, 7), como também é verdadeiro contemplar-Vos na Cruz como Rei vitorioso! Vós dissestes “Eu venci o mundo” (Jo 16, 33); “na Cruz é que começou vossa glória, e não na Ressurreição”.1 Vosso estandarte de Cristo ressurrecto é a Santa Cruz, para ensinar-nos que Morte e Ressurreição, Cruz e Glória são dois esplendores da mesma luz! (Revista Arautos do Evangelho, Outubro/2017, n. 190, pp. 16)

1 CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. ViaSacra. XII Estação. In: Legionário. São Paulo. Ano XVI. N.558 (18 abr., 1943); p.5.

 
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