Espanha – Sevilha (Sexta-feira, 21-06-2019, Gaudium Press) Na última quinta-feira, 20 de junho, a Arquidiocese de Sevilha celebrou a Festa de Corpus Christi com uma solene procissão e a presença da Custódia monumental de Arfe.

A procissão, que esteve composta por nove passos culminando com a Santa Custódia, começou às 08h15 e foi seguida por uma Santa Missa presidida no Altar do Jubileu da Catedral pelo Arcebispo de Sevilha, Dom Juan José Asenjo.

Durante sua homilia, o prelado se referiu ao dogma da Celebração Eucarística ao recordar que o pão e o vinho se convertem em carne e sangue do Senhor. A este respeito, expressou: “Nesta manhã, neste singular de Fé e de louvor que é a festa de Corpus Christi na cidade de Sevilha, também nós proclamamos com grande alegria espiritual este mistério essencial de nossa Fé, coração da Igreja”.

Dom Asenjo afirmou que “o mistério eucarístico supera toda lógica humana”, já que se trata de uma realidade misteriosa que “ultrapassa nossa compreensão natural”. Por esta razão o Arcebispo de Sevilha assinalou que não era de estranhar que também hoje “a muitos lhes custa aceitar a presença real”.

“Hoje como então, a Eucaristia segue sendo ‘sinal de contradição’ e não é para menos, porque um Deus que se faz carne e se oferece para a vida do mundo põem em crise a sabedoria dos homens. Mas também hoje, como então, com humildade confiança, nós fazemos nossa a Fé de Pedro e dos Apóstolos, e como eles exclamamos: ‘Senhor, a quem vamos? Só tu tens palavras de vida eterna'”, acrescentou.

Em outro momento da homilia, o prelado se referiu a preciosa Custódia de Arfe com a qual se encerraria a procissão de Corpus Christi:

“Nesta manhã luminosa e radiante renovamos nossa Fé na presença real e confessamos com os lábios e acreditamos com o coração que na preciosa custódia, que no último quarto do século XVI lavrara o ourives leonês Juan de Arfe y Villafañe, fruto da piedade eucarística de nosso povo, está presente Jesus Cristo com seu corpo, sangue, alma e divindade. ‘Dogma datur christianis, quod in carnem transit panis, et vinum in sanguinem’. Sim, queridos irmãos e irmãs: esta é nossa certeza, que o pão se converte no corpo e o vinho no sangue do Senhor”.

Além disso, falou do significado da procissão, que também representa a Jesus que caminha com todos:

“Cristo vai caminhar por nossas ruas, como caminhava pelos caminhos da Palestina. Vai caminhar por onde nós caminhamos, junto às casas nas quais nós vivemos, para que hoje como então cure aos enfermos, devolva a vista aos cegos, console aos tristes e todos sejamos convertidos e renovados pela força de seu amor”.

Dom Asenjo igualmente recordou que com a Eucaristia se faz caridade, e que por isso não é de estranhar que na Espanha se celebre o Dia da Caridade no contexto da solenidade de Corpus Christi:

“Como escreveu Santo Agostinho, a Eucaristia é sacramento de piedade, sinal de unidade e vínculo de caridade. Por isso, não é uma causalidade que a Igreja na Espanha celebre neste dia a Jornada de Caritas, o dia da caridade (…) Nossa participação na Eucaristia exige de nós, hoje mais do que nunca, sinais de fraternidade, um gênero de vida mais austero e não ostensivo, pela solidariedade com os que nada tem e para poder compartilhar com eles não somente o que nos sobra, mas inclusive o necessário”.

A solenidade de Corpus Christi é celebrada pela Igreja Católica na quinta-feira seguinte à festividade da Santíssima Trindade. Em algumas cidades também se celebra no domingo seguinte à esta quinta-feira.

A festa da presença real de Jesus na Eucaristia foi instituída pelo Papa Urbano IV no ano 1264. (EPC)