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Consciências deformadas, à maneira de Pilatos
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 15/10/2019
 
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Redação (Terça-feira, 15-10-2019, Gaudium Press) Os sumos sacerdotes e anciãos do povo, que já haviam deliberado levar Nosso Senhor à morte, conduziram-No ao palácio de Pilatos, governador romano.

Consciências deformadas, à maneira de Pilatos-Foto Arquivo Gaudium Press.jpg

Seria melhor para Judas que jamais tivesse nascido

Enquanto isso se passava, Judas Iscariotes quis devolver aos príncipes dos sacerdotes as trinta moedas de prata que havia recebido para entregar o Divino Salvador. Mas eles disseram palavras que humilharam o traidor, o qual jogou no solo do Templo as moedas, começou a caminhar pelas ruelas vizinhas e, vendo uma figueira, nela se enforcou (cf. Mt 27, 1-5). A corda se rompeu e ele “caiu morto, de bruços, arrebentado pelo meio, espalhando-se todas as suas vísceras” (At 1, 18).

Dr. Plinio Corrêa de Oliveira comenta:

Judas é “o ímpio por excelência, em todas as formas, graus e modos possíveis de impiedade. Em todas as abominações de impiedade já perpetradas não se chegou até a impiedade de Judas. Este é o ímpio, de tal maneira que os ímpios estão para ele como os pios estão para os ímpios. Ele causa horror à própria impiedade”.

A respeito de Judas, disse o Redentor: “Seria melhor para esse homem que jamais tivesse nascido” (Mt 26, 24). Entretanto, se esse traidor tivesse procurado a Santíssima Virgem e, verdadeiramente arrependido, pedisse seu socorro, Ela lhe obteria o perdão de Nosso Senhor. Mas ele se deixou levar pelo demônio e foi se precipitar no abismo…

Então, os chefes dos judeus “levaram Jesus ao palácio do governador [Pilatos]. Era de madrugada. Eles mesmos não entraram no palácio, para não se contaminarem” (Jo 18, 28).

Vemos aqui a hipocrisia desses ímpios. Apodrecidos pelos vícios – querendo até mesmo matar o Redentor do gênero humano -, eles não queriam se contaminar pelo ambiente pagão…

Jesus Cristo é plenamente Rei por sua divindade

Tendo Pilatos perguntado a Jesus se era de fato Rei dos judeus, Ele respondeu: “Tu o dizes” (Lc 23, 3).

Pouco antes Nosso Senhor afirmara que seu Reino não é deste mundo.

Essa era uma “declaração incompreensível para aqueles bandidos que O atacavam. Do que adianta ser rei para não o ser deste mundo? Há fora deste mundo um reino no qual se possa reinar? Ora, um rei sem reino, é um ex-rei. Donde é, pois, esse reino? […]

“Sim, Nosso Senhor Jesus Cristo é verdadeiramente Rei, antes de tudo por ser Ele Quem é: o Verbo de Deus encarnado. Deus é Rei, porque é Deus! Logo, Jesus Cristo é plenamente Rei por sua divindade. Se houve, portanto, alguém digno deste título na Terra, este foi, continua a ser e será Ele, até o fim do mundo. […]

“Contudo, sendo Homem-Deus, não só conhecia, mas dispunha do futuro. O domínio de todos os acontecimentos da História Lhe pertence.

“Ele sabia que o seu Reino chamar-se-ia Igreja Católica Apostólica Romana. Não é um reino deste mundo, constituído para ter exércitos e fazer política. É o reino estabelecido para difundir o nome e a mensagem d’Ele a todos os homens, e para que a Lei d’Ele viesse a vigorar, um dia, em todo o orbe.

“Grande mistério: Ele reinaria de dentro de todos os sacrários da Terra! Quem poderia compreender uma coisa dessas? Mas Ele tinha razão: ‘Tu o dizes, Eu sou Rei!'”

O ímpio sempre procura uma desculpa para justificar seus pecados 

Jesus disse também a Pilatos: “Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz. Pilatos Lhe perguntou: ‘Que é a verdade?’ Dito isso, saiu ao encontro dos judeus e declarou: ‘Eu não encontro n’Ele nenhum motivo de condenação'” (Jo 18, 37-38).

Escreve Monsenhor João Clá:

O governador era um “homem mesquinho, medíocre, vulgar e arrivista. […] É provável que experimentasse no fundo da alma o desejo de conhecer a verdade com clareza, mas percebeu que a resposta de Nosso Senhor o obrigaria a ser inteiramente reto e abandonar os sofismas que criava para cobrir sua falta com estas ou aquelas roupagens espúrias.

“Pilatos sabia que não podia condenar Nosso Senhor e procurava encontrar uma saída para estar em paz com sua consciência.

“Ele é a imagem perfeita desses que vão elaborando raciocínios cada vez mais confusos para adormecer a própria consciência e decaem até cometer o pecado. Porque o homem é lógico como um monólito e nunca pratica o mal pelo mal, sempre está buscando uma desculpa para justificar seu crime.

“Quantas vezes nós pecamos, certos de que não deveríamos trilhar esse caminho! Quantas consciências se tornam deformadas, à maneira de um Pilatos, por não querer aceitar a verdade tal como ela é!”

Nosso Senhor havia afirmado anteriormente:

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14, 6). Mas Pilatos estava cego diante da Verdade, a qual se encontrava diante dele.

Em nossos dias quantos homens, enchafurdados nos piores vícios, nem se interessam pela Verdade! Têm eles “ebriedade da desordem, do cacofônico, do horror, até da tara, como quem dissesse: ‘Estou fruindo, sentindo, é gostoso'”.

Peçamos a Nossa Senhora a graça de crescermos continuamente no conhecimento e no amor d’Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida, para execrarmos o relativismo que arrasta tantas almas para a perdição.

Por Paulo Francisco Martos
(in “Noções de História Sagrada” – 211)

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1- CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. O ímpio entregou Jesus. In revista Dr. Plinio, São Paulo. Ano XVII, n. 192 (março 2014), p. 34.

2- Idem. “Tu o dizes, Eu sou Rei”. In revista Dr. Plinio, ano XVIII, n. 212 (novembro 2015), p. 16-17.

3- CLÁ DIAS, João Scognamiglio. EP. O inédito sobre os Evangelhos. Vaticano: Libreria Editrice Vaticana; São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2013, v. VII, p. 340-341.

4- CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Instintos e IV Revolução. In revista Dr. Plinio, ano XV, n. 166 (janeiro 2012), p. 28.

 

 
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