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Expande-se a Adoração Perpétua
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 12/11/2018
 
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Redação (Segunda-feira, 12-11-2018, Gaudium Press) Vão se difundindo em todo mundo católico as Capelas de Adoração Eucarística Perpétua. Geralmente são espaços anexos às igrejas paroquiais onde o Santíssimo Sacramento está exposto continuamente por 24 horas Os fiéis se comprometem a adorar ao Senhor em turnos fixos. Também chegam pessoas em horas que podem escolher segundo sua conveniência, mesmo que não estejam inscritas.

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Esta prática devocional se tornou muito comum em quase todas as Dioceses do mundo. Bento XVI já comemorava esta realidade em seu discurso de Natal de 2005: “é comovente para mim ver a Igreja descobrindo a alegria da Adoração Eucarística e os seus frutos já se manifestam”.

Cem anos antes, São Pio X, conhecido como o Papa da Eucaristia, por ter permitido às crianças a possibilidade de comungar ainda na infância e aos fiéis a comunhão diária, chamou a Adoração Perpétua como “a obra mais sublime de todas as obras”.

Escreveu São Pedro Julião Eymard, Fundador dos Sacramentinos: “Temos que tirar Jesus Eucarístico do esquecimento e colocá-lo novamente no topo da sociedade cristã para que a dirija e a salve. Temos que construir para ele um palácio, um trono, cercá-lo com uma corte de servidores fiéis, de uma família de amigos, de um povo de adoradores”.

Disso se trata. É necessário motivar os servidores, para que sejam bons amigos e fervorosos adoradores.

Na história da Igreja, constatamos que até o século XII, o culto eucarístico se limitava ao momento da celebração da Missa. Posteriormente, começaram as celebrações extra-litúrgicas e públicas, sendo a mais significativa, a solenidade de Corpus Christi. Também mais tarde, outras formas de adoração como as Quarenta Horas, a Adoração Noturna ou os Congressos Eucarísticos. A Adoração Perpétua, que teve a sua origem nos conventos e mosteiros, de onde foi permeando a esfera social, acolhida pelo clero secular e pelas próprias dioceses. Atualmente calcula-se que em todo o mundo há cerca de 2.500 lugares com a adoração perpétua estabelecida.

O número impressiona, é uma bela conquista… mas poderia ser muito maior. Ainda mais que se comprovam os frutos nos lugares onde se adora perpetuamente o Pão dos Anjos: aumento da assistência à Missa e de recepção dos sacramentos, muitos católicos voltam à prática religiosa depois de terem se afastado, crescimento das vocações sacerdotais e religiosas, renovação da vida familiar, valorização da vida comunitária nas paróquias e maior participação nas pastorais…

Há um exemplo impressionante que foi muito difundido em sua época. Vale a pena registrá-lo aqui. Na cidade Juárez, uma das cidades mais perigosas do México por conta da criminalidade, foram abertas dez capelas de Adoração Perpétua e o resultado foi extraordinário: no espaço de cinco anos (2010-2015) as taxas de homicídios foram reduzidas de 3.766 a 256 somente! É certo que a prática da adoração influenciou neste resultado!

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Independentemente de resultados positivos, espirituais e práticos, Jesus nos espera sempre. Ele permaneceu neste sacramento precisamente para estar com os homens. E os homens o deixam sozinho…

Impressiona a interpelação que faz Jesus no Getsêmani aos seus três íntimos Apóstolos: “Veio então aonde os discípulos estavam e os encontrou dormindo, e disse a Pedro: como não foi capaz de vigiar uma hora comigo?” (Mt 26, 40). A cada fiel o Senhor faz a mesma pergunta; nos interroga com dor mas sem amargura e cheio de suavidade, como quem convida um amigo: “Nem uma hora?”

O Santíssimo Sacramento é uma tábua de salvação para a nossa sociedade desviada. É também a Virgem Santíssima… que nos leva ao seu Divino Filho presente na Eucaristia. Há uma belíssima invocação Mariana: “Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento”. Ela foi o primeiro sacrário onde Jesus habitou durante nove meses, dando-lhe à Virgem sua carne e seu sangue. Maria nos dá a Eucaristia, remédio de imortalidade, em oposição ao funesto alimento que nos deu Eva.

Quando a humanidade se renderá ao jugo suave do Senhor que nos espera em tantos lugares onde está exposto? Quando isto acontecer, se poderá dizer que se realizou a súplica: “faça-se a tua vontade assim na terra como no céu”.

Jesus nos adverte docemente para assistir à Missa dominical. Entretanto, todos os dias, incansavelmente e sem se render, nos atrai… tantas vezes em vão. No caminho entre nossa casa e o trabalho ou a escola, ou mesmo pelos lugares onde passamos, muitas vezes há um local onde está o Santíssimo Sacramento: uma igreja, uma capela, um oratório. E nem uma hora podemos acompanhá-lo, nem cinco minutos, nem mesmo um? A presença real de Cristo no meu caminho é um imerecido privilégio e uma enorme responsabilidade!

Concluímos com uma reflexão: o poeta Virgílio sentenciou “fugit irreparabile tempus” (o tempo escapa de forma irremediável). Com efeito, os anos passam e vão deixando suas marcas, enquanto os corações de pedra insistem em não se beneficiar dos benditos eflúvios que partem da Hóstia consagrada. Irremediavelmente chegará também o dia do acerto de contas…

Queira Deus que neste dia, pelos rogos de Maria Santíssima, o Rei de tremenda Majestade nos salve, pois Ele é fonte de piedade, como reza o hino latino Dies Irae: “Rex tremendae maiestatis, salvandos salvo livre, salva-me, fons pietatis”.

Por Padre Rafael Ibarguren, EP

Traduzido por Emílio Portugal Coutinho

 
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