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O culto perfeito a Deus
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 01/02/2017
 
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Redação (Quarta-feira, 01-02-2017, Gaudium Press) A Missa é o ato de Culto a Deus por excelência, o paradigma mais cabal de homenagem devido ao Criador. De valor infinito, nada pode comparar-se à sua celebração já que somente ela satisfaz plenamente ao Pai Eterno. Por isso não é difícil encontrar nas narrações inspiradas das Sagradas Escrituras, figuras e/ou analogias notáveis à liturgia da Missa.

Em meditações anteriores tivemos ocasião de vincular a celebração Eucarística com augustos momentos da história da salvação: a Anunciação do Anjo a Maria, a Última Ceia no Cenáculo, o encontro dos discípulos de Emaús ou o livro do Apocalipse. Hoje veremos como na Missa se vive em plenitude o Mistério Pascal: padecimentos, morte e ressurreição de Jesus, já que, em sua sequência, a celebração faz presente a via dolorosa do Senhor. O faremos inspirados em uma reflexão de São Pio de Pietrelcina, o popular santo capuchinho. Vamos ao tema.

O culto perfeito a Deus.jpg

Sacrifício incruento, a Missa se inicia com o sinal da Cruz; nada mais próprio. Desde o começo da celebração até o ofertório, meditamos a Jesus no Horto das Oliveiras em uma agonia atroz, antevendo os pecados e quanto a humanidade que se dispunha a redimir não lhe acolheria à altura (“veio aos seus e os seus não o receberam”, João 1, 11). A liturgia penitencial e a da Palavra proclamada em seguida estão impregnadas de gravidade.

As leituras estão diretamente dirigidas a cada fiel de maneira pessoal, assim como Jesus falou aos apóstolos presentes no Getsêmani: “não pudeste vigiar nem uma hora comigo?” foi sua queixa ao vê-los dormir. Hoje cabe a nós estar de ouvidos atentos ao Senhor e dizer arrependidos “mea culpa, mea culpa, mea máxima culpa”.

O ofertório, está significado na etapa da Paixão em que Jesus é tomado prisioneiro pelos soldados comandados pelo traidor. Aí, ao ser preso sem colocar resistência, fica patente que Jesus se oferece para padecer.

O Prefácio, é o canto de louvor e de gratidão que Nosso Senhor dirige ao Pai Eterno que fez possível que, por fim, chegue sua “hora”.

Pode-se dizer que desde o começo da Oração Eucarística até a Consagração nos encontramos com Jesus na prisão, em sua cruel flagelação, em sua coroação de espinhos e em sua via crucis pelas ruas de Jerusalém; etapas do sacrifício redentor que, passando pela Cruz, culminará no sepulcro vazio.

A Consagração do pão e do vinho já é, misticamente, a crucifixão do Senhor. Nela Jesus oferece seu corpo entregue e seu sangue derramado. A aclamação que segue a consagração e as orações que partem do povo fiel, são o ato de culto da Igreja que está reunida em permanência no Calvário, oferecendo ao Pai o sacrifício redentor de Cristo.

Os “mementos” recordam aos fiéis compassivos, mas também aos que obraram sua morte -naquele então e ao longo do tempo- e, enfim, aos mortos: por todos se impetra na Missa: justos e pecadores, vivos e defuntos. Jesus orou por todos em sua Paixão: “perdoai-lhes porque não sabem o que fazem”.

O “Por Cristo, com Ele e nEle”, corresponde ao grito de Jesus: “Pai, em tuas mãos encomendo meu espírito”. O Sacrifício é aceito pelo Pai. Os homens já não estarão em ruptura com Deus; se voltam a encontrar com Ele e entre si. Nesta ocasião se recita a oração dos filhos ao Pai comum: “Pai Nosso que estais nos céus…”.

Na fração do pão se representa o sacrifício que se consome com a morte de Cristo. Estamos diante de um Deus roto, quebrado, aniquilado, dirá Bossuet. Mas de um Deus que, com sua imolação, triunfa sobre o pecado e sobre a morte.

O instante no qual o sacerdote, tendo partido a Hóstia, deixa cair uma pequena partícula no Cálice que contêm o precioso Sangue, significa o momento da Ressurreição, quando o Corpo e o Sangue se reúnem novamente. De fato, é a Cristo vivo e glorioso que recebemos na Comunhão.

A Bênção final com o sinal da Cruz nos dá a fortaleza para viver os mistérios celebrados e nos protege das artimanhas do inimigo. Porque a vida cotidiana deve ser também, à sua maneira, uma oferenda sacrificial, como o é a Missa.

Em muitas sacristias onde o Padre se prepara para a celebração, normalmente há uma frase posta em evidência para recordar-lhe a grandeza do que vai fazer: “Celebra esta Missa como se fosse a primeira, a última, a única”.

Se se tivesse ciência clara e Fé viva na importância da Missa, tudo mudaria na Igreja e no mundo. Eis aqui um ponto de exame de consciência para clérigos e leigos, tema diretamente relacionado com o primeiro mandamento da Lei.

Desgraçadamente, para muitos ir à Missa é perda de tempo. Por outro lado, quando se trata de ir ao restaurante, ao ginásio, sentar-se diante do computador ou ficar rendido nos braços de Morfeu, ‘que domingo delicioso e reparador!’, dizem. Pobres inconscientes, não sabem o que perdem… e que se perdem!

Por Padre Rafael Ibarguren, EP

(Publicado originalmente em www.opera-eucharistica.org)

Traduzido por Emílio Portugal Coutinho

 
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