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Os Mandamentos são uma imposição arbitrária de Deus?
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 19/08/2019
 
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Redação (Segunda-feira, 19-08-2019, Gaudium Press) Os Mandamentos nos instruem sobre os atos que devemos fazer ou não fazer para salvar nossa alma.

Os Mandamentos são uma imposição arbitrária de Deus,pergunta.jpg

O Divino Redentor é explícito a este respeito. Ele promete a vida eterna aos que observam a Lei:
“Si vis vitam ingredi, serva mandata” – “Se queres entrar na vida, observa os Mandamentos” (Mt 19, 17). E ameaça com as penas do inferno os que a violam.

Por que esses Mandamentos e não outros?

Por que estabeleceu Deus esses Mandamentos e não outros?

Poderia Deus ter permitido que os homens praticassem as ações proibidas pelos Mandamentos, e condicionar a salvação à prática de atos que os Mandamentos não proíbem?

Poderia, por exemplo, ter dispensado o homem do 6º mandamento, substituindo-o por outro que proibisse algum ato reputado inócuo pela moral católica?

Dizem qlguns protestantes: Os Mandamentos são arbitrários, sacrifícios impostos por Deus

Para alguns tratadistas protestantes, entre ele um chamado Puffendorf , é fora de dúvida que os Mandamentos são arbitrários, são sacrifícios impostos a nós por Deus para provar nosso amor. 

Pensam, então, que a Lei foi editada com o único intuito de nos impor sofrimentos.
Mas Deus poderia perfeitamente ter escolhido outros Mandamentos, em lugar dos que estão em vigor.

Em outros termos, para esses protestantes, os Mandamentos não são bons nem maus em si, e devemos obedecer a eles só porque Deus o quis.

A Doutrina da Igreja Católica e os Mandamentos

Segundo a doutrina da Igreja Católica, a prática dos Mandamentos realmente impõe sacrifícios que dão a prova de amor a Deus, e sem esse amor o homem não se pode salvar.

Todavia, ao estabelecer os Mandamentos, Deus não escolheu ações inócuas em si, que passaram a ser más só porque Ele as proibiu.
Pelo contrário, Ele as proibiu por serem intrinsecamente más.

Bem objetivo, mal objetivo

Há, pois, para a Igreja um bem objetivo que está em certas ações, e um mal objetivo, que está em outras.

Note-se a palavra “objetivo”:
Não se trata de um bem ou um mal subjetivos, existentes na mente deste ou daquele homem, deste ou daquele povo, mas de um bem e um mal reais, imutáveis, que continuariam a ser bem e mal, qualquer que fosse a ideia formada por homens ou povos a esse respeito.

Em consequência, sendo Deus infinitamente sábio e bom, Ele não poderia ter editado uma Lei oposta à que nos deu no Monte Sinai. Deus pode tudo, menos o erro e o mal.

Esta doutrina, como se vê, está toda baseada na ideia do bem e do mal objetivos.

O que se deve entender por isto?

A lei eterna

Como ensina a doutrina católica, Deus, Criador de todas as coisas, sendo infinitamente sábio, criou cada ser com uma natureza própria, dotada de atributos próprios, e com um modo de operar conforme a essa natureza. Operando de acordo com esta, todos os seres fazem a vontade de Deus. Essa vontade, presente na mente divina antes de todos os séculos, é chamada de lei eterna (Suma Teol. I-II, q. 91, a. 1; q. 93). Dela decorrem todas as outras leis.

A lei eterna, entretanto, não existe só na mente de Deus.

A partir da criação, passou ela a vigorar objetivamente para os seres criados, de modo tal que, desde o seu primeiro instante, todos eles passaram a participar de algum modo na lei eterna, impressa neles pelo próprio Deus (Suma Teol. I-II, q. 91, a. 2).

Contudo, as criaturas racionais participam de uma forma mais excelente.

A lei natural

O homem é capaz de conhecer, pelos recursos de sua inteligência, a vontade de Deus. Pode, assim, conhecer os seres, sua natureza, seu modo de operar, e de proceder em relação a si mesmo, ao próximo e a cada ser de acordo com a respectiva natureza, segundo a vontade divina. Sua propensão em proceder dessa maneira é chamada de lei natural (Suma Teol. I-II, q. 91, a. 2; q. 94).

Como diz São Tomás, a lei natural nada mais é do que a participação da lei eterna na criatura racional (nas criaturas irracionais essa participação se dá apenas por analogia).

A lei natural tem seu fundamento imediato, pois, na natureza humana, e seu último fundamento em Deus. Em outras palavras, a lei eterna e a lei natural não são senão a mesma vontade divina, enquanto existente em Deus e enquanto gravada no coração das criaturas racionais.

A lei divina

Como o homem tem um fim último sobrenatural, para o qual deve ser dirigido de um modo superior, não limitado apenas aos preceitos da lei natural, era conveniente e necessário que Deus lhe revelasse a lei divina, “pela qual a lei eterna é participada de acordo com esse modo superior” (Suma Teol. I-II, q. 91, a. 4).

A lei divina se tornou também indispensável em virtude do pecado original, pois a inteligência humana ficou sujeita a erros, podendo levar o homem, por debilidade intelectual, a não ver bem este ou aquele ditame da lei natural.

Pior do que isso, a vontade humana passou a ser propensa ao mal, podendo facilmente induzir o homem a fechar os olhos ao conhecimento da mesma lei, e assim somar, a uma causa de erros intelectuais involuntários, outra de erros voluntários.

Estando o homem nessa profunda miséria moral, Deus veio em seu auxílio e, à lei divina em vigor na época primitiva, acrescentou os Mandamentos da Antiga Aliança, dando a Moisés, no alto do monte Sinai, as tábuas da lei.

No Decálogo estão inscritos os princípios essenciais que contêm em si toda a lei natural (Suma Teol. I-II, q. 94, a. 4, ad. 1).

Nova Lei

Séculos depois, foi promulgada por Nosso Senhor e pelos Apóstolos a Nova Lei, que aperfeiçoou a Antiga; conservou o Decálogo e ab-rogou os preceitos relativos ao povo judeu antes da Redenção.

Está ela contida na Sagrada Escritura e na Tradição. (ARM)

 

 

 
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