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Papa Pio X: “É o Anjo guardião do Paraíso? ”, pergunta jornalista francês
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 21/08/2019
 
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Papa Pio X-É o Anjo guardião do Paraíso, pergunta jornalista francês-FOTO GAUDIUM PRESS.jpg

Redação (Quarta-feira, 21-08-2019, Gaudium Press) Apesar de sua ascendência humilde, São Pio X possuía tanta dignidade moral, e uma tal estampa pessoal que um jornalista francês, depois de entrevistá-lo, fez o seguinte comentário:
– Quem se encontra e conversa com o Papa, conhece um homem tão forte e tão puro, que tem a impressão de estar diante do Anjo que a Escritura descreve como guardando a entrada do Paraíso Terrestre, com uma espada de fogo à mão.

Papa Pio X-É o Anjo guardião do Paraíso, pergunta jornalista francês-Foto Arquivo Gaudium Press.jpg

De fato, diversos traços da vida de São Pio X revelam que ele foi realmente uma figura angélica, um modelo super-acabado de pureza e de fortaleza.

Homem de alta estatura, muito robusto, como são em geral os italianos da região do Veneto, era dotado de vigorosa personalidade, e sobretudo, formado numa integridade e firmeza de princípios, bem como numa completa renúncia de si mesmo, que caracteriza o verdadeiro Santo da Igreja Católica.

Origem Modesta

Homem de origem assaz modesta, o Cardeal Sarto (em italiano, sarto quer dizer alfaiate) nasceu na pequena aldeia de Riese, na qual até hoje se conservam a casa em que ele veio ao mundo e todas as lembranças de sua história desde menino. Riese tornou-se um lugar de peregrinação.

Adolescente, Giuseppe Sarto deixou o lar paterno para ingressar no seminário da diocese de Treviso.

Depois de completar seus estudos em Pádua, foi ordenado sacerdote, e, três décadas mais tarde, sagrado Bispo de Mântua.

Em 1893 tornou- se Cardeal e Patriarca de Veneza, de onde partiu para ser eleito Papa.

Alegria na Cristandade pelo Pastor sábio, virtuoso, atilado, prudente

Assim que o mundo conheceu o nome do novo sucessor do Príncipe dos Apóstolos, uma intensa manifestação de júbilo e de louvores a Deus perpassou a Cristandade.

Estavam os fiéis convictos de que Nosso Senhor lhes havia dado um Pastor sábio e virtuoso, atilado e prudente, em cujo coração pulsava zelo e amor ardentes pela Esposa Mística de Cristo, que a Providência acabava de confiar a suas firmes mãos de Soberano Pontífice.

E ele de tal maneira a dirigiu com maestria e paternalidade, que a Igreja passou a viver um período de esplêndido florescimento, de brilho extraordinário, de profunda unidade e coesão na sua estrutura sagrada.

O Papa das Primeiras Comunhões

Entre os inestimáveis benefícios que a Religião Católica lucrou no governo de São Pio X, destaca-se o de ele ter estabelecido a Primeira Comunhão para as crianças.

Até então, a tendência corrente era de que uma pessoa só a fizesse quando inteiramente adulta, não sendo raro o caso de homens e mulheres que comungavam pela primeira vez nas vésperas de seu casamento.

Essa atitude era determinada pela compreensível ideia de que a Comunhão é algo por demais sagrado para que as crianças se aproximem dela, pois não teriam critério para comungar com o respeito e a devoção necessárias.

São Pio X, entretanto, entendia de modo diferente, e colocou a questão em outros termos. Dizia ele:

– Não se trata de saber o que a criança é capaz de pensar, e sim que grau de inocência ela tem. Porque se fôssemos raciocinar em função de sua capacidade intelectual, então não deveríamos batizá-la nos primeiros dias após seu nascimento.

Sem dúvida, um juízo muito acertado, cujo desenvolvimento é o seguinte:
– No momento do Batismo, embora o recém-nascido ainda não pense, a recepção do Sacramento significa para ele uma comunicação de graças extraordinárias, que agirão sobre sua alma até o dia em que comece a fazer uso da razão. 

E mesmo nesse início da vida de pensamento aquelas graças do Batismo lhe serão de extrema valia, guiando seus primeiros passos e o fortalecendo na Fé.

É este um dos principais motivos pelos quais a Igreja inteira batiza as crianças logo depois do nascimento. E análogo princípio aplicou São Pio X, ao instituir a Primeira Comunhão para as crianças.

Quer dizer, tomando em consideração que estas, via de regra, ainda conservam sua inocência, ser-lhes-á ocasião de graças superabundantes receberem a Sagrada Eucaristia.

Para tanto, basta compreenderem a mudança de substância operada na hóstia no momento em que é consagrada, passando a ser, verdadeiramente, Nosso Senhor Jesus Cristo, em seu corpo e sangue, alma e divindade.

Observadas essas condições, São Pio X determinou que a festa da Primeira Comunhão para as crianças fosse cercada de grande solenidade.

E datam daí os ornamentos de que se revestem as igrejas e capelas nos dias de Primeira Comunhão, e os trajes cerimoniosos com que meninos e meninas se apresentam para receber a Jesus Sacramentado, símbolos da alma inteiramente inocente e virginal que vai de encontro ao seu Salvador.

Atmosfera santificante cobrindo a Igreja

Outro precioso fruto do governo de São Pio X foi o espraiar-se de uma atmosfera sacrossanta por todos os ambientes católicos que dele recebiam a influência, produzindo um efeito vantajoso, santificante e magnífico.

De tal maneira que, anos depois de sua morte, ainda persistiam o perfume e os ecos de seu pontificado.

Tal se verificou sobretudo nos países distantes da Europa, aos quais naqueles tempos tardavam em chegar as transformações ocorridas no Velho Continente. Por exemplo, no Brasil.

Recordações do autor

Eu nasci em 1908, quando a cinco anos já se encontrava São Pio X à frente da Igreja.

Fiz a minha formação religiosa envolto naquela atmosfera sacrossanta, a qual conduzia os fiéis a um respeito, uma confiança e uma admiração indizíveis por toda a sagrada hierarquia eclesiástica.

E não apenas pelo que essa hierarquia tem de fundamental e organizado por ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo portanto, algo de suma perfeição como também pelos homens investidos nesses cargos, pois nos pareciam santos como era santa a missão deles, e como era santo o Papa Pio X.

Assim, no meu espírito, como no de incontáveis católicos, os padres, os religiosos, as freiras, os bispos, e daí para cima até o Soberano Pontífice, todos se nos afiguravam de uma venerabilidade sem nome, dignos do nosso maior acatamento e inteira dedicação.

Um remédio corriqueiro… e misterioso

Ao longo de onze anos viveu a Igreja sob essa firme, paternal e abençoada proteção de São Pio X. Em agosto de 1914, após o assassinato do Arquiduque Francisco Ferdinando aliás, amigo do santo Pontífice , arrebentou a Primeira Guerra Mundial.

O Papa, que antevira o terrível conflito e suas trágicas consequências para os povos nele envolvidos, via redobrarem suas responsabilidades de pastor e guia das almas, aumentando-lhe o já pesado fardo que trazia sobre os ombros.

Contudo, a despeito das graves e constantes preocupações, da grande amargura que lhe causavam os horrores da Guerra, seu estado físico não inspirava maiores cuidados.

Animava-o o mesmo vigor e o zelo de sempre, até a noite de 18 de agosto, quando, depois de encerrados os compromissos do dia, despediu-se de seus assistentes e se recolheu aos aposentos pontifícios.

Antes de se deitar, tomou um remédio corriqueiro que os médicos lhe haviam receitado para uma ligeira indisposição catarral. Nada de maior importância, afirmaram eles. Segundo estes, tratava-se de um incômodo trivial, motivado pela temperatura excessivamente alta daquele verão de 1914.

Na manhã seguinte, porém, o Cardeal Merry del Val é chamado às pressas ao Vaticano: o Papa despertara com muita febre, e seu estado de saúde agravara-se de modo alarmante.

Assim que o secretário entrou no quarto de São Pio X, este o reconheceu, estreitou-lhe as mãos com força, e apenas lhe pôde dizer:
– Eminência… Eminência!.

Passaram-se alguns minutos, e as últimas palavras que o Cardeal ouviu de seus lábios foram um ato de entrega nas mãos da Providência:
– Resigno-me totalmente, disse o santo Vigário de Cristo.

Pouco depois ele perdia a capacidade de falar, embora permanecesse consciente e dirigisse àqueles que o circundavam seu olhar sempre vigilante e perscrutador.

Como piorou durante o dia, Papa recebeu o Viático e a Extrema-Unção com as menores formalidades possíveis, pois todos temiam um rápido desenlace.

Ali estavam suas fiéis irmãs, chorando em silêncio, o secretário de todas as horas, e alguns de seus mais próximos auxiliares.

Subitamente, ouviu-se o timbre do grande sino de São Pedro, que começava a dobrar pro Pontífice agonizante.

A este sinal, foi exposto o Santíssimo Sacramento em todas as basílicas patriarcais de Roma, dando início às rogações especiais. Os graves acentos do bronze subiam aos céus, juntamente com as preces do povo fiel que, na praça do Vaticano, pedia a Deus por seu Pastor moribundo.

Algumas horas depois, na madrugada do dia 20 de agosto, São Pio X suavemente adormeceu no Senhor.

Nas páginas de suas famosas Memórias, o Cardeal Merry del Val, deixa transparecer certa estranheza em relação a essa misteriosa morte. Ninguém, escreve ele, pôde explicar ainda a brusca mudança que se produziu na saúde do Papa, durante aquela noite…

A Igreja chorou a perda de seu Anjo guardião, que por ela velara com tanta diligência. Modelo de Pontífice e de varão católico, foi elevado às honras dos altares quarenta anos depois de partir para a eternidade. (ARM)

Por Plinio Correa de Oliveira
(Excertos de trechos das Memórias de Plinio Correa de Oliveira)

 

 
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