Estados Unidos – Washington (Segunda-feira, 14-10-2019, Gaudium Press) Um sacerdote beneditino norte-americano, o Padre Columba Stewart, havia vivido perto de uma vasta coleção de manuscritos com conteúdos sacros desde o início de sua vida religiosa em 1980, mas uma particular missão o levou a liderar a digitalização de mais de 70 milhões de páginas. O esforço de conservação se estende agora a 13 países e inclui regiões afetadas pela guerra civil e a perseguição aos cristãos.
“Já havia 40 milhões (de documentos) quando comecei (a digitalização em 2003). Temos que estar mais próximos de 60, 75 milhões”, indicou o sacerdote a CNS sobre seu trabalho documental. “Posso dizer-lhe quantos arquivos digitais: 12,5 milhões de arquivos digitais depois de 2003, muitos deles são extensões de 20 páginas. Isso sugere que nosso número real está mais próximo de 70, 75 milhões”.
A chegada do religioso a este trabalho se gerou quando um grupo de cristãos do Líbano pediu recuperar parte de seu patrimônio manuscrito e o sacerdote foi designado para assessorar o projeto. Uma mudança de direção na biblioteca lhe deu acesso aos documentos e marcou o começo de um caminho que permitiu preservar documentos em zonas de guerra e perseguição. “As coisas explodem muito de repente. Já estávamos no lugar, em ambas crises, na Síria e Iraque, respectivamente, depois de ter começado a trabalhar antes de suas crises”, relatou o sacerdote.
“As únicas coleções de manuscritos que estamos seguros que foram destruídas nos conflitos estavam em Mosul (Iraque), e havíamos digitalizado a maior parte dessa coleção”, comentou o Padre Stewart. “Temos coleções de manuscritos na Síria e Iraque que não foram digitalizados, mas estão a salvo”. Entre as metas do religioso estão a preservação de documentos no Afeganistão, algo que não considera possível pelas condições atuais do país, e investigar outros países da Ásia Central para identificar quais documentos podem ser encontrados.
Ainda que sua experiência pessoal seja muito valiosa, tendo lhe merecido apresentar a Conferência Jefferson do ‘National Endowment for the Humanities’ em Washington, o religioso não se considera imprescindível para a continuidade do trabalho. “Chegará o dia em que já não estarei ativo. Mas isto foi iniciado por monges na Abadia e inspirado pelo carisma beneditino”, comentou. “Os monges estão muito orgulhosos do trabalho na biblioteca. Creio que sempre haverá algum tipo de vínculo”. (EPC)