Este país que nasceu sob o signo da Cruz, não pode deixar passar seu “aniversário” esquecendo-se de voltar seus olhos para os Céus.

Redação (Quarta-feira, 22-04-2020, Gaudium Press) Neste 22 de abril de 2020, quando se comemora os 520 anos do descobrimento do Brasil, é muito oportuno voltarmos nossos pensamentos para este país que, apesar de tudo, continua sendo abençoado por Deus.

Este país que nasceu sob o signo da Cruz das caravelas portuguesas e que teve como primeiro ato oficial a celebração de uma Santa Missa não pode deixar passar seu “aniversário” esquecendo-se de voltar seus olhos para os Céus.

Desde que em 22 de abril de 1500 o Brasil foi descoberto, o tempo correu, o mundo mudou e a Terra de Santa Cruz já construiu sua própria história.

Hoje, nós que somos o Brasil, devemos elevar a Deus uma prece especial. Devemos nos colocar diante do trono d’Aquela que é Rainha e Padroeira do Brasil e rezar.
Hoje devemos abrir nosso coração de brasileiros diante da Mãe e Rainha para agradecer tantos dons, pedir perdão pelos deslizes cometidos, externar nossos desejos de brasileiros, pedir a confiança e a certeza de que este país chegará aos limites da vocação que Deus lhe deu.

Vamos, então, rezar. Rezemos trechos de uma oração escrita pelo Professor Plínio Corrêa de Oliveira e inicialmente publicada por um jornal paulista.

Prece a Nossa Senhora Aparecida nos 520 anos do Brasil

Ó Senhora Aparecida,
Neste momento rico em esperanças e glória, ó Senhora, vimos agradecer-Vos os benefícios que, Medianeira sempre ouvida, nos obtivestes de Deus onipotente.
Agradecemo-Vos o território de dimensões continentais, e as riquezas que nele pusestes. Agradecemo-Vos a unidade do povo, cuja variegada composição racial tão bem se fundiu neste grande caudal étnico de origem lusa — e cujo ambiente cultural, inspirado pelo gênio latino, tão bem assimilou as contribuições trazidas por habitantes de todas as latitudes.

Agradecemo-Vos a Fé católica, com a qual fomos galardoados desde o momento bendito da Primeira Missa. Agradecemo-Vos nossa História, serena e harmoniosa, tão mais cheia de cultura, de preces e de trabalho, do que desavenças e de guerras.

Agradecemo-Vos nosso presente de realizações e de esperanças de grandeza. Agradecemo-Vos nossa índole pacífica e desinteressada, que nos inclina a compreender que a primeira missão dos grandes é servir, e que nossa grandeza, que desponta, nos foi dada não só para nosso bem, mas para o de todos.

Agradecemo-Vos o nos terdes feito chegar a este estágio de nossa História, (…) pois esta é, para nós, a hora de servir ao mundo, realizando nossa missão cristã de fazer brilhar, aos olhos do mundo, a verdadeira luz que as trevas jamais conseguirão apagar.

Senhora Aparecida , uni a Vós este Vosso Brasil, amai-o mais

Senhora, nossa oração não é como a do fariseu orgulhoso e desleal, lembrado de suas qualidades, mas esquecido de suas faltas.
Pecamos, Senhora. Em muitos aspectos, nosso Brasil de hoje não é o País profundamente cristão com que sonharam Nóbrega e Anchieta. Na vida pública como na dos indivíduos, terríveis germes de deterioração se fazem notar que mantêm em sobressalto todos os espíritos lúcidos e vigilantes.
Por tudo isto, Senhora, pedimo-Vos perdão.

Além do perdão, Vos pedimos forças. Pois sem o auxílio vindo de Vós, nem os fracos conseguem vencer suas fraquezas, nem os bons alcançam conter a violência e as tramas dos maus.
E, com o perdão, ó Mãe, pedimo-Vos também a bênção.

Quanto é rica de todos os dons a Vossa bênção, ó Maria, que sois a Mãe das mães, a Mãe de todos os homens, a Mãe Virginal do Homem-Deus!
Sim, ó Maria, abençoai-nos, cumulai-nos de graças, e mais do que todas, concedei-nos a graça das graças. Ó Mãe, uni intimamente a Vós este Vosso Brasil. Amai-o mais e mais. Amém. (JSG)

(Fonte: adaptado de artigo de Plinio Corrêa de Oliveira – Prece no Sesquicentenário – “Folha de São Paulo” – 16 de janeiro 1972)