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A maior obra acadêmica de Mons. João
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 15/08/2022
 
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Um só coração e uma só alma

No dia 15 de agosto, Mons. João Scognamiglio Clá Dias, fundador dos Arautos do Evangelho, completa 83 anos de um percurso de vida abençoado e sempre disposto a fazer a vontade de Deus. Nada mais justo que, neste artigo, vejamos brevemente uma de suas maiores conquistas de estudo – e porque não dizer também um de seus maiores objetivos – que foi a escrita e divulgação de sua maior obra acadêmica, a tese de doutorado em teologia: O Dom de Sabedoria na Mente, Vida e Obra de Plinio Corrêa de Oliveira.fundador_arautos

Anos de batalhas em torno da causa católica

Mons. João teve seu primeiro encontro com Dr. Plinio em meados de 1956, quando ainda contava com 17 anos. A partir daí, como convite para o apostolado e luta pelos ideais da Igreja, encontramos Mons. João, hoje fazendo 83 anos, celebrando mais de 65 anos de dedicação integral à religião. De leigo a sacerdote, de sacerdote a Monsenhor prestigiado pela Santa Igreja – ele ganhou a medalha Pro Ecclesia et Pontifice, outorgada àqueles que desempenham um papel especial na nova era de evangelização – Mons. João nunca desistiu de levar às maiores tribunas, sejam elas quais forem, o atestado de santidade que pôde presenciar em mais de 40 anos de convívio com Dr. Plinio.

Para coroar estes esforços, veio à lume sua tese de doutorado prestado pela Pontifícia Universidade Bolivariana de Medellín, na Colômbia: o Dom de Sabedoria na Mente, Vida e Obra de Plinio Corrêa de Oliveira. Esta é até agora a sua maior obra acadêmica, pela relevância em seu objetivo de atestar a vida de Dr. Plinio.

Com a Libreria Editrice Vaticana, uma editora de moldes papais, Mons. João também pôde lançar a tese em uma coleção de 5 volumes, contando, de um modo um pouco mais leve, para o grande público, a vida de seu mestre, pai e orientador espiritual. A obra procura “oferecer uma descrição minuciosa das moções do Espírito Santo na alma de Dr. Plinio, especialmente através do dom da sabedoria”, conforme pôde constatar ao vivo Monsenhor João em sua apresentação.

Volumes I, II e III: fundamentos e preparação

Dr. PlinioNosso Senhor tinha, como missão, remir o gênero humano e entregar sua vida ao Pai pela nossa. Assim, inumeráveis doutores esclarecem que um sacrifício seu, como o houve na circuncisão, já seria suficiente para este objetivo. Porém, Ele quis passar seus 30 anos no anonimato com sua Santa Mãe, e mais 3 anos pregando e alicerçando a obra que um dia fundaria, a Santa Igreja, entre seus apóstolos e o povo que tanto amava, antes de sofrer sua Paixão. São eventos distintos, mas que não podem ser entendidos separados: tudo o que aceitou viver, e que plantou e cultivou, foi um santíssimo prefácio de sua missão: o sofrimento na morte e a glória na ressurreição.

Mutatis Mutandis, ou seja, considerando as devidas proporções, a vida de Dr. Plinio teve um calvário do qual foi necessária toda uma preparação. Nos 3 primeiros volumes da maior obra acadêmica de Mons. João, vemos o jovem Plinio, já com dons e graças inefáveis que o circundavam, crescendo e se tornando um personagem de destaque nacional, o deputado mais jovem mais votado de uma eleição, até sua luta pelos ideais eclesiásticos no âmbito civil, defendendo o Brasil dos erros religiosos e doutrinários – vide a Ação Católica e o Integralismo – e a fundação de uma obra que teria proporções continentais, a TFP.

Assim, nos três primeiros volumes, Mons. João disserta com próprias experiências e com excertos autobiográficos do autor, e mostra como a vocação de Dr. Plinio era grande, era católica – universal. Além disso, nos traz a correspondência diária da missão que o Senhor lhe reservava, e as bases que construiria para um dia configurar-se como um verdadeiro profeta.

Volume IV: Vítima expiatória

Neste volume, Monsenhor João nos apresenta as grandes provações pelas quais Dr. Plinio teve que passar. Muitas vezes a falta de generosidade para com as graças de Deus de seus mais próximos levou ao amargo dissabor do desentendimento: em um certo período, Dr. Plinio já não tinha mais certeza se a TFP, a TFP que criara para lutar pela causa católica, ainda existia. E é em 1975 que sofre um acidente de automóvel que lhe custa a boa integridade física que lhe restara dos quase 70 anos que possuía: Deus queria dele um oferecimento.

Monsenhor João é testemunha direta das maravilhas que se originaram depois do sofrimento de Dr. Plinio: uma revoada no apostolado, uma maior institucionalização, uma entrega sem limites aos ideais da Santa Igreja. É a disposição ao sacrifício, como outrora Abraão ao levar Isaac à montanha, que conquistam de Deus as benevolências.

Coroação da maior obra acadêmica: “Combati o Bom Combate”

fundador_arautosO volume V nos narra o capítulo final da vida de Dr. Plinio. As provações ainda não acabaram, e a luta é ainda mais acirrada: o inimigo queria triunfar sobre sua nobre alma e sobre a ilustre obra que fundara e regia.

Mas, ao final, Dr. Plinio sobe seu gólgota: em 1995, sofre de câncer, que o leva aos seus últimos momentos no início de outubro. Uma de suas últimas frases foi: “Se cada membro do Grupo (TFP) soubesse o quanto lhe quero bem, isso seria suficiente para que viesse o Grand-Retour”. Grand-Retour era uma forma de Dr. Plinio se referir a uma graça especial do Espírito Santo que mudaria as mentalidades e preparia a humanidade para o Reino de Maria, tese anunciada por São Luís Grignion. Nada poderíamos deixar de esperar, de fato, de um homem que passou a vida toda em defesa de Deus, e, por isso mesmo, de amor por aqueles que O buscam de sincero coração.

A introdução é sim o melhor encerramento

fundador_arautosMons. João começa a sua maior obra acadêmica citando o episódio de Santo Antão. Quando vê que questionam a divindade de Cristo perante Santo Atanásio, o santo eremita se aproxima do púlpito e afirma com incontestável firmeza: “Eu o vi! Eu o vi!”. O que era o raciocínio torcido de uns tantos hereges perante a experiência daquele que, por uma graça sem igual, pôde ver e conversar com o Homem-Deus? É menos do que nada.

No momento atual, muitos ainda se levantam para questionar a Santa Igreja e sua doutrina sacrossanta sem o menor embasamento, que se diria conhecimento. A oferta que Mons. João nos faz é fruto de sua própria experiência, de seus anos de testemunho e de privilegiada posição: a partir de 67, com uma cirurgia feita por Dr. Plinio em consequência das diabetes, Mons. João está sempre como seu secretário e principal confidente. Como não podem 30 anos, praticamente, fora os 10 primeiros de convívio, serem uma referência certíssima da conduta de Dr. Plinio?

Parafraseando Santo Antão, Mons. João brada, de seus 83 anos de existência: “Eu o vi! Eu o vi!” constantemente. Que saibamos dar-lhe isto de presente pela sua dedicação hoje exclusiva ao ministério eclesiástico: mais fé, mais caridade, mais devoção, mais oração e mais dedicação ao Senhor, em honra também deste que foi seu pai espiritual e que tudo suportou por Deus, Plinio Corrêa de Oliveira.

 
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