A Rosa de Ouro ao Santuário do Sameiro

No dia 8 de dezembro, a atenção do povo luso concentrou-se no famoso Santuário do Monte Sameiro, em Braga.

Ali se reuniram mais de 50 mil fiéis para comemorar o 150º aniversário da proclamação do dogma da Imaculada Conceição, e o centenário de coroação da imagem de Nossa Senhora que ali é objeto da veneração de incontáveis fiéis. 

Destacavam-se na magnífica cerimônia realizada nesse dia o Cardeal Eugênio Sales, Legado do Papa para o grande evento, Dom José Policarpo, Cardeal-Patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, Dom José Ortiga, Arcebispo de Braga, os Bispos das dioceses de Portugal e centenas de sacerdotes.

Rosa de Ouro

Para que a imagem sagrada da Virgem e seu Santuário “sejam convenientemente exaltados” João Paulo II decidiu conceder-lhe a Rosa de Ouro, artístico buquê de rosas de ouro que os Papas costumam oferecer a personalidades ilustres ou a santuários que desejam honrar de modo especial.

A simbólica insígnia foi entregue pelo Legado do Papa ao Arcebispo de Braga durante a Celebração Eucarística, e, no final desta, colocada junto à coroa de ouro da Virgem do Sameiro.

Na ocasião, lembrando que do povo português recebeu o Brasil a Fé Cristã e a devoção a Nossa Senhora, afirmou o Legado, Dom Eugênio Sales: “Obrigado, Igreja em Portugal, pela formação do Brasil no amor à Mãe de Deus!”

Comunhão com o Papa

Em calorosas palavras de saudação, Dom José Ortiga, Arcebispo de Braga, manifestou o desejo de que

o amor a Maria, que a história de Portugal testemunha como constante na nossa vida pessoal e nacional, se intensifique de maneira que sintamos a sua presença materna na responsabilidade de dar Cristo ao mundo.

Falando em nome dos Bispos de Portugal, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, Dom José Policarpo, fez questão de assinalar “a comunhão de todos nós com o Santo Padre”.

A este agradeceu pelo fato de fazer-se presente na pessoa de seu Legado e pela concessão da Rosa de Ouro que, sublinhou ele, “é apenas mais uma rosa num ramo imenso que é a manifestação da ternura do povo português pelo Coração Imaculado de Maria”.

Maria, salvaguarda da fé

Em sua homilia, Dom Eugênio Sales, Legado Papal, destacou entre outros pontos uma diretriz dada aos Bispos brasileiros por João Paulo II:

Ajudem, pois, os fiéis a viverem sua devoção mariana como um claro e corajoso testemunho de amor a Cristo. De igual modo, esta devoção ajudará a consolidar os vínculos de comunhão com os Pastores da Igreja de Cristo, enfrentando a desagregação da fé, fomentada, tantas vezes, pelo proselitismo das seitas. A História ensina que Maria é a verdadeira salvaguarda da Fé.

Lembrou ainda que, ao definir há 150 anos o dogma da Imaculada Conceição, o Bem-Aventurado Pio IX disse que todos os incomparáveis privilégios de Maria lhe foram concedidos única e exclusivamente em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano.

“Assim, tudo o que Maria é, Ela o é pelos méritos de Cristo”, concluiu o Purpurado, acrescentando que, não obstante, o Salvador do mundo, para encarnar-se, quis depender do “sim” generoso da Virgem Mãe predestinada e preservada de toda mancha. 

Por fim, o Representante do Papa assinalou outro ponto importante:

Uma das propostas mais insistentemente ensinadas pelo atual Pontífice é a busca da santidade de vida, por parte dos eclesiásticos e dos fiéis. Aí se encontra a solução dos problemas que afligem a Igreja e a humanidade. A devoção mariana é uma das chaves para obter êxito nesse objetivo.