O Ofertório é o rito do Santo Sacrifício em que se apresentam ao celebrante o pão e o vinho. Essa entrega é feita pelo diácono, o qual, em representação dos fiéis, oferta ao sacerdote suas dádivas, para que ele as ofereça a Deus. As espécies se tornarão assim abençoadas, deixando de ser matéria profana para se tornarem coisa sagrada, à espera de serem definitivamente transubstanciadas no Corpo e Sangue de Cristo durante a Consagração.

Os fiéis dos primeiros três séculos permaneciam em respeitoso silêncio nesse augusto momento. Foi só no século IV, época de Santo Agostinho, que na igreja de Cartago se iniciou o piedoso costume de cantar melodias em louvor da Majestade Divina durante o Ofertório. Mais tarde, o Papa São Gregório Magno estendeu essa prática à Igreja Universal, concedendo-lhe uma forma própria: uma antífona acompanhada de versos salmódicos, os quais eram interrompidos no momento em que o sacerdote se voltava para a assistência e ordenava: “Orate fratres… – Orai irmãos…”

Aos poucos, desapareceram os versos dos Salmos e permaneceu somente a antífona do Ofertório, a mais bela, sublime e mística melodia das sequências gregorianas para a Santa Missa. Ela expressa a alma do fiel que, no momento do Santo Sacrifício, proclama sua dependência total de Deus, confessa que tudo quanto tem pertence a Ele e, por isso, Lhe oferta todo o seu ser