Tudo fazia crer que aquela seria mais uma festinha de aniversário igual às outras: família reunida, comes e bebes, sopra-velinha e o infalível “Parabéns-pra-você”. Mas o tom das vozes que vinham de fora fazia suspeitar que não só as velinhas estavam acesas.
Sentados na varanda, conversavam acaloradamente dois primos: Joaquim, professor de História, e Abelardo, arquiteto.
Tudo começou com uma troca de ideias sobre a planta da nova casa do Joaquim. Abelardo, profissional conceituado, não gostou do desenho. “Muito rebuscado”, dizia. Joaquim, naturalmente, defendia seu projeto.
O arquiteto criticava, principalmente, a preocupação com a estética, que o professor considerava …