Não faltam em Roma provas da veracida­de da Igreja. Quase que cada pedra é um documento ao qual o selo do tempo, dos séculos e dos milê­nios, conferiu uma autenticidade melhor do que fa­ria o mais fiel notário.

As relíquias da Paixão de Jesus são dessas preciosidades que falam por si, e diante das quais a língua humana emudece de ad­miração. Mas, se a ciência vier acrescentar algum dado à nossa fé, melhor ainda. Foi o que aconteceu recentemente, com uma pesquisa feita sobre o letreiro que Pilatos mandou pôr no alto da Cruz, com a inscrição: Jesus Na­zareno, Rei dos judeus.

O pesquisador Michael He­se­mann lançou, em Roma, um livro muito oportuno intitulado Titulus Crucis (Ed. San Paolo, 2001). A obra é o resultado de lon­ga pesquisa que veio comprovar a autenticidade da placa de madeira, venerada desde os tempos da imperatriz Helena, e que fora fixada no alto da Cruz, cujas iniciais, em latim, são I.N.R.I.

Dentre outros só­lidos de­poimentos em favor da auten­ticidade da relíquia, Hesemann cita o arqueólogo Ben Isaac, catedrático da Uni­ver­si­dade de Tel Aviv.

Realizou ele uma comparação com algumas ins­cri­ções romanas de Cesareia Marítima – capital da província, na época –, enquadrando esta re­lí­quia da Paixão de Cristo no tempo de Pôncio Pilatos (26-36 d.C.). Descarta, assim, a hipótese de falsificação de algum copista que ti­vesse enganado a Imperatriz Helena.

Na obra são citadas autoridades em epigra­fia e paleo­grafia judaica e ro­ma­na.