Com estas palavras, o Cardeal Camillo Ruini, Vigário de Sua Santidade para a Diocese de Roma, confiava oficialmente aos Arautos do Evangelho, no dia 31 de maio último, a Igreja de San Benedetto in Piscinula, situada no bairro romano de Trastevere.

A Associação Arautos do Evangelho, atendendo ao convite da Diocese de Roma, comprometeu-se a prestar ao Reitor da igreja seu serviço de apoio no exercício da atividade pastoral.

E isso, particularmente na animação litúrgica das Celebrações, na custódia e decoro da igreja e dos paramentos sagrados, bem como no acolhimento aos peregrinos.

O Reitor, por sua vez, exercerá o ministério sacerdotal em harmonia com a pastoral diocesana, em colaboração fraterna com a paró­quia, na consideração atenciosa do espírito e do estilo próprio da experiência associativa dos Arautos do Evangelho.

Pela primeira vez, a Igreja de Roma, Diocese do Santo Padre, confia um lugar sagrado e a atividade pastoral aí desenvolvida a uma associação privada de leigos.

Com razão os Arautos do Evangelho consideram essa etapa um acontecimento importante para a vida da Associação.

Trata-se de um precioso fruto, maturado após o dia 22 de fevereiro do ano 2001, quando, na festa da Cátedra de Pedro, obtiveram do Pontifício Conselho para os Leigos o reconhecimento como Associação Privada de Fiéis de Direito Pontifício.

Por um desígnio da Divina Providência, iluminados pela presença materna de Maria Santíssima, os Arautos do Evangelho fazem agora parte integrante da vida e da história da Igreja de Roma.

Inserem-se, assim, no sulco fecundo do bimilenário caminho da Igreja Católica que, na Cidade Eterna, Sede do Sucessor do Apóstolo Pedro, encontra seu centro de unidade e de irradiação da fé.

O Carisma dos Arautos do Evangelho tem seu fundamento na Eucaristia, se distingue por uma especial devoção à Virgem e é caracterizado por um particular vínculo à pessoa do Papa e ao seu magistério.

Através do reconhecimento pontifício anterior e da entrega, agora, de uma igreja em Roma, eles recebem uma qualificada confirmação da atualidade e eficácia de seu serviço apostólico à Igreja e à Nova Evangelização.

As raízes da Associação Arautos do Evangelho e de cada um de seus membros ancoram-se agora de modo mais firme no coração da Igreja Universal, estão como idealmente imersas no solo banhado pelo Sangue dos Mártires e assinalado pela fé e pelo fervor apostólico das primeiras comunidades cristãs.

O senso da Igreja, que se vive até nos ângulos mais remotos do planeta, é vivido em Roma com maior intensidade. A sarça ardente, acesa por Cristo sobre a Rocha de Pedro, continua a crepitar sem se consumir, continua a iluminar com a mesma força dos primeiros tempos.

A Roma cristã se revela mais do que nunca como uma terra santa que, para ser palmilhada, exige que se removam humildemente as sandálias da humana misé­ria.

Na verdade, já durante a última Semana Santa, alguns arautos, presentes em Roma desde que a Associação recebeu o reconhecimento pontifício, tinham prestado sua ajuda na Igreja de San Benedetto in Piscinula, a convite do Reitor, Rvmo. Monsenhor Angelo di Pasquale.

A presença deles despertou logo o interesse dos fiéis, não só por causa do solene hábito que normalmente vestem, mas sobretudo pela fervorosa animação das celebrações litúrgicas.

Não é por acaso que o estabelecimento oficial dos Arautos do Evangelho na Cidade Eterna ocorre numa igreja dedicada a São Bento e ligada à conversão e missão do Fundador do monasticismo ocidental.

Vista na perspectiva dos arcanos desígnios da Divina Providência, esta circunstância toma o valor de um sinal que se liga à Casa-Mãe dos Arautos do Evangelho em São Paulo, que surgiu também ela em um antigo mosteiro beneditino.

É a mão potente de Deus que, de modo misterioso, age através de sinais ordinários e extraordinários para infundir coragem e segurança àqueles que, querendo seguir as pegadas do Filho de Deus feito homem para a salvação da Humanidade, contemplam com os olhos da Virgem Maria a face de Cristo, que resplandece na sua Igreja. 

Ao receber das mãos do Cardeal Vigário do Papa a Igreja de San Benedetto in Piscinula, com os compromissos apostólicos a ela conexos, os Arautos do Evangelho assumem, por seu lado, o ônus financeiro da restauração do sagrado edifício e dos locais contíguos, com o intuito de restituir a todo o complexo seu antigo e artístico esplendor. 

Para esse empreendimento, os Arautos depositam particular confiança na assistência da Providência Divina e na generosidade de benfeitores que, por certo, não faltarão.

E confiamos o bom êxito dessa obra à valiosa proteção da Santíssima Virgem, invocada sob o maternal título do Imaculado Coração de Maria de Fátima.