“Buscai o Senhor, enquanto se pode encontrar; invocai-O enquanto está perto” (Is 55,6).

Estas palavras, tiradas da segunda parte do Livro de Isaías, ressoam neste domingo que encerra o tempo do Natal. Elas constituem um convite a aprofundar o significado que hoje tem para nós a festa do Batismo do Senhor.

Voltamos espiritualmente às margens do Jordão, onde João Batista administra um batismo de penitência, exortando à conversão. Diante do Precursor chega também Jesus, que, com sua presença transforma aquele gesto de penitência numa solene manifestação da sua divindade.

Inesperadamente, ouve-se uma voz que provém do céu: “Tu és o Meu Filho muito amado, em Ti pus toda a Minha complacência” (Mc 1, 11), e o Espírito desce sobre Jesus em forma de pomba.

Nesse acontecimento extraordinário João vê realizar-se quanto foi dito a respeito do Messias nascido em Belém, adorado pelos pastores e pelos Magos.

É precisamente Ele o anunciado pelos Profetas, o Filho predileto do Pai, que devemos procurar enquanto Ele se deixa encontrar, e devemos invocar enquanto está próximo de nós.

Com o Batismo, cada cristão O encontra de modo pessoal: é inserido no mistério da sua Morte e da sua Ressurreição, e recebe uma vida nova, a qual é a mesma vida de Deus. Que grande dom e que grande responsabilidade!

Exortação a reviver o próprio Batismo

A liturgia convida-nos hoje a tirar “com alegria água das fontes da salvação” (Is 12, 3); exorta-nos a reviver o nosso Batismo, dando graças por todos os dons recebidos.

Com estes sentimentos, preparo-me, como já é tradição, para administrar o sacramento do Batismo a alguns recém-nascidos, nesta maravilhosa Capela Sistina, onde o pincel de grandes artistas representou momentos fundamentais da nossa fé.

São vinte e duas crianças, provenientes na maioria da Itália, mas também da Polônia e do Líbano.

Saúdo-vos a todos vós, queridos irmãos e irmãs, que quisestes participar desta sugestiva celebração. Saúdo-vos com grande afeto, de modo particular a vós, queridos pais, padrinhos e madrinhas, chamados a ser para esses pequeninos as primeiras testemunhas do dom fundamental da fé.

O Senhor vos confia, como guardas responsáveis, sua vida que é tão preciosa aos seus olhos. Comprometei-vos amorosamente para que cresçam “em sabedoria, estatura e graça”; ajudai-os a ser fiéis a sua vocação.

Daqui a pouco, também em seu nome, renovareis a promessa de lutar contra o mal e de aderir plenamente a Cristo. Que a vossa existência se distinga sempre por esse compromisso generoso!

Caminho de santidade e oração

Estai também conscientes de que o Senhor vos pede uma nova e mais profunda colaboração: isto é, vos confia a tarefa quotidiana de os acompanhar no caminho da santidade.

Esforçai-vos por serdes vós mesmos santos para orientar vossos filhos para essa meta nobre da vida cristã.

Não vos esqueçais de que, para sermos santos, “temos necessidade de um cristianismo que se distinga, em primeiro lugar, pela arte da oração” (Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte, 32).

Maria, a Santa Mãe do Redentor, que aceitou com total disponibilidade o projeto de Deus, vos ampare, alimentando a vossa esperança e o vosso desejo de servir fielmente Cristo e sua Igreja.

Oxalá Nossa Senhora ajude de maneira especial esses meninos, para que realizem totalmente o projeto de Deus para cada um deles.

E ajude as famílias cristãs de todo o mundo a serem autênticas “escolas de oração”, nas quais rezar unidos constitua cada vez mais o centro e a fonte de qualquer atividade!