Quando o Papa fala de Nova Evangelização, indica que perante uma cultura nova é necessário dar uma resposta nova. E manifesta isso dizendo que deve-se empreender essa evangelização com novo ardor, novos métodos e novas expressões.
Esse novo ardor é voltar a pregar como fizeram os primeiros discípulos, os quais, sendo embora homens muito simples, transformaram o mundo com o que a linguagem neotestamentária chama de “parrésia” (cf. At 5, 28-29).
Ou seja, a valentia para não calar a verdade, a audácia para ir rumo àqueles que até o momento não querem escutar, o agir movidos pelo fogo do amor divino, como procederam o Apóstolo São Paulo e os mártires do início da Igreja, que não se acovardaram diante dos açoites, do cárcere nem mesmo da morte. […]
As novas tecnologias modificam a própria comunicação
Novos métodos, significa igualmente, fazer tudo quanto está a nosso alcance para passar de uma pastoral de conservação a uma pastoral missionária.
Uma pastoral que saia ao encontro dos afastados e, na fidelidade ao Espírito Santo, procure responder com valentia e audácia aos desafios que se apresentam ao cumprimento da missão da Igreja.
Pôr em andamento novos métodos exige, por conseguinte, humildade para avaliar com grande atenção o modo como se está levando a cabo a ação pastoral e analisar se as estruturas atuais respondem às exigências e desafios do presente.
Na era digital em que nos encontramos, é preciso ter em conta, como nos diz Bento XVI, que
as novas tecnologias estão mudando não só o modo de comunicar, mas a própria comunicação em si mesma, podendo-se afirmar que estamos perante uma ampla transformação cultural.
Com este modo de difundir informações e conhecimentos, está nascendo uma nova maneira de aprender e pensar, com oportunidades inéditas de estabelecer relações e de construir comunhão.[1]
Revitalizar as linguagens tradicionais na catequese e na liturgia
Em consequência, a nova expressão exige que seja algo vivencial e, portanto, é muito necessário que quem evangeliza testemunhe com sua vida e seja coerente com a Fé que professa.
Nos primórdios da Igreja os primeiros cristãos convenceram por seu testemunho de vida, pelo serviço desinteressado aos outros e pelo amor mútuo que demonstravam; assim foi crescendo a comunidade cristã (cf. At 2, 42-47).
Afirmava o Cardeal Ratzinger:
A Nova Evangelização, que tanta falta nos faz hoje, não a realizamos com teorias astutamente pensadas: é por demais evidente o resultado catastrófico da catequese moderna.
Só a relação entre uma verdade consequente consigo mesma, e seu cumprimento na vida, pode fazer brilhar aquela evidência da fé esperada pelo coração humano; somente através dessa porta entrará no mundo o Espírito [2]
Trata-se de procurar uma linguagem que, sem trair o sentido profundo dos mistérios de nossa Fé, seja compreensível ao mundo de hoje e se adapte às diversas situações e às diversas culturas.
Isto exige a revitalização das linguagens tradicionais que têm sido utilizadas na catequese, na Liturgia e nos demais meios de comunicação da Fé. Para propor o Evangelho, a Igreja precisa procurar métodos que sejam eficazes na cultura atual.