Caros irmãos e irmãs, estamos aqui reunidos nesta Igreja de São Bento in Piscinula para comemorar o 11º aniversário do reconhecimento pontifício dos Arautos do Evangelho.
Explosão no crescimento, cuja fonte é o Imaculado Coração de Maria
Não podemos deixar de recordar com alegria os resultados obtidos nestes onze anos.
Multiplicaram-se as vocações na Associação Privada de Fiéis de Direito Pontifício, em cujo seio germinaram também duas Sociedades de Vida Apostólica: uma clerical, Virgo Flos Carmeli, e uma feminina, Regina Virginum.
Ao trabalho missionário próprio dos leigos se uniu, assim, o dos sacerdotes e das irmãs, cada vez mais numerosos e dedicados inteiramente ao serviço do próximo.
Entre as inúmeras atividades, destacam-se as Missões Marianas, o Apostolado do Oratório Maria Rainha dos Corações, o Fundo Misericórdia, o Projeto Futuro e Vida, destinado a atrair as novas gerações para o seio da Igreja.
Merecem ser mencionadas as fundações de três instituições educativas superiores em São Paulo, Brasil: o Instituto Teológico São Tomás de Aquino, o Instituto Filosófico Aristotélico-Tomista e o Instituto Filosófico Teológico Santa Escolástica.
Deve-se ter presente que na sua mensagem dirigida aos Arautos, o Bem-aventurado Papa João Paulo II, incitou-os a serem “mensageiros do Evangelho, pela intercessão do Coração Imaculado de Maria”.
E o Fundador, Mons. João Scognamiglio Clá Dias, sobre a aprovação de sua obra, disse:
Não há, humanamente falando, quem consiga abraçar toda essa obra que, após sua aprovação pontifícia, tem sido favorecida por uma verdadeira explosão de crescimento.
Eu mesmo, como fundador e presidente dessa instituição, posso assegurar que de minha mente e do meu coração não saiu tanta beleza, porque me sinto incapaz de abraçar tudo com meus braços curtos e minhas pequenas mãos!
De onde terá saído toda essa maravilha? De um coração sagrado, o Coração de Jesus, e do Coração Imaculado de Maria.
Deus escutou a oração da rainha Ester
Vejamos agora a eficácia da oração da rainha Ester. A primeira leitura apresenta a rainha Ester pedindo a Deus que não se esqueça do amor a Israel, seu povo, que se encontrava numa séria dificuldade. E ela conseguiu a graça implorada.
De fato, o rei Assuero havia dado ouvidos a Aman sobre a inconveniência de haver hebreus no seu território. A decisão havia sido tomada.
Mas Mardoqueu, tio da rainha Ester, explicou a ela a situação de seu povo. A rainha se prostrou em terra com suas servas em oração:
Sede bendito, Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó. Vinde em meu auxílio […] porque um grande perigo me avassala […] libertai-nos das mãos de nossos inimigos, transformai nosso luto em alegria e nossos sofrimentos em salvação.
Deus escutou a oração da rainha Ester e de seu povo, salvando-os do grave perigo no qual se encontravam.
Escutou também a oração do salmista que agradece a Deus pelos bens recebidos: “Dou-Vos graças, Senhor, de todo o coração; escutastes as palavras de minha boca. […] Dou-Vos graças por vosso amor e por vossa fidelidade”.
O salmista convida os reis da Terra a reconhecer a grandeza de Deus e a louvá-Lo.
No Evangelho, Jesus nos convida a rezar
Hoje, no canto do Evangelho, louvando Jesus Cristo, fizemos a Ele o pedido de que crie em nós um coração puro e nos dê a alegria de sua salvação, terminando com as palavras: “Louvor a Vós, ó Cristo, Rei da eterna glória!”.
Jesus nos convida a rezar. Na passagem do Evangelho, ouvimos as palavras de Jesus aos seus discípulos: “Pedi e vos será dado; procurai e achareis; batei e vos será aberto; porque quem pede, recebe; quem procura, encontra; e a quem bater, será aberto” (Mt 7, 7-8).
Pedir e dar constituem boa parte de nossa vida. Se nunca pedíssemos coisa alguma, cairíamos no isolamento. Somos chamados a compartilhar os dons que recebemos.
Nossa relação com o Senhor é, sobretudo, de petição. Mostramos nossa insuficiência e, humildemente, dirigimo-nos ao Pai, que manifesta sempre seu amor paterno.
Disse Jesus: “Quem, entre vós, dará uma pedra ao filho que lhe pede um pão? […] Quanto mais o vosso Pai que está nos Céus dará boas coisas aos que lhe pedirem” (Mt 7, 9-11).
Devemos identificar nossa vontade com a vontade de Deus
Que pedimos ao Senhor? O que queremos.
Devemos, porém, ter presente que a primeira condição de toda súplica eficaz é a de identificar nossa vontade com a vontade de Deus, o qual, às vezes, permite coisas e acontecimentos não desejados e por nós incompreensíveis, mas que terminarão por ser grandemente profícuos.
Toda vez que realizarmos esse ato de identificação de nossa vontade com a de Deus, teremos dado um passo muito importante na virtude da humildade.[1]
Termino com as palavras do Santo Padre Bento XVI:
“Para Deus, nada é impossível” (Lc 1, 37), disse à Virgem o anjo que Lhe anunciava a sua maternidade. […]
Peçamos, pois, à Mãe de Deus que nos obtenha o dom de uma fé amadurecida; gostaríamos que esta fé se assemelhasse tanto quanto possível à sua, uma fé límpida, genuína, humilde e ao mesmo tempo corajosa, impregnada de esperança e de entusiasmo pelo Reino de Deus […] totalmente orientada para cooperar em plena e jubilosa obediência à vontade divina, na certeza absoluta de que Deus só deseja amor e vida, sempre e para todos.
Obtende-nos, ó Maria, uma fé autêntica e pura. Que sejais sempre agradecida e abençoada, Santa Mãe de Deus. Amém![2]