Tanto para os povos como para as pessoas, possuir mais não é o fim último. Qualquer crescimento é ambivalente.

Embora necessário para permitir ao homem ser mais homem, torna-o contudo prisioneiro no momento em que se transforma no bem supremo que impede de ver mais além.

Então os corações se endurecem e os espíritos fecham-se, os homens já não se reúnem pela amizade mas pelo interesse, que bem depressa os opõe e os desune.

A busca exclusiva do ter, forma então um obstá­culo ao crescimento do ser e opõe-se à sua verdadeira grandeza: tanto para as nações como para as pessoas, a avareza é a forma mais evidente do subdesenvolvimento moral.

 

Extraído de: Paulo VI, Populorum Progressio, 19.

 

Em poucas palavras, o subdesenvolvimento dos nossos dias não é apenas econômico, mas é também cultural, político e simplesmente humano, como já há vinte anos evidenciava a Encíclica Populorum Progressio.

De modo que, chegados a este ponto, é forçoso perguntar se a realidade tão triste de hoje não será, pelo menos em parte, o resultado de uma concepção demasiado limitada, ou seja, predominantemente econômica do desenvolvimento.[…]

Hoje, de fato, compreende-se melhor que a mera acumulação de bens e de serviços, mesmo em benefício da maioria, não basta para realizar a felicidade humana.

E, por conseguinte, também a disponibilidade dos multíplices benefícios reais, trazidos nos últimos tempos pela ciência e pela técnica, incluindo a informática, não comporta a libertação de toda e qualquer forma de escravidão.

A experiência dos anos mais recentes demonstra, pelo contrário, que se toda a massa dos recursos e das potencialidades, postos à disposição do homem, não for regida por uma intenção moral e por uma orientação no sentido do verdadeiro bem do gênero humano, ela volta-se facilmente contra ele para o oprimir.

 

Extraído de: João Paulo II, Sollicitudo Rei Socialis, 15 e 28.

 

O que torna próspera uma nação é a pureza dos costumes, a ordem e a moralidade como fundamento da família, a prática da religião e o respeito à justiça, os impostos moderados e equitativamente distribuídos, o progresso da indústria e do comércio, uma agricultura florescente e outros fatores desse gênero, se os há.

Tudo isso, na medida em que é estimulado, proporciona aos cidadãos mais bem-estar e felicidade.

 

Extraído de: Leão XIII, Rerum Novarum, 23.