A realeza que Nossa Senhora exerce sobre o gênero humano, não é a do juiz, mas a da advogada, isto é, d’Aquela que não tem por missão julgar e punir os pecadores, mas a de os defender.
Por isso tem Ela para conosco toda sorte de predisposições favoráveis, e sempre nos atende com indizível bondade.
Entretanto, a alma moderna, muito atribulada e tratada com terrível dureza pela atual tirania do demônio, encontra certa dificuldade em compreender o verdadeiro sentido da clemência de Nossa Senhora.
Tanto mais quanto uma falsa piedade apresenta esta misericórdia de modo alvar e adocicado, como se ela fosse uma espécie de cumplicidade com o erro.
Ora, a ternura e a bondade de Maria não consistem numa vil condescendência para com quem praticou o mal, e sim na materna e invariável disposição de conceder ao delinquente as graças necessárias para ele abandonar o erro e o pecado.
É neste sentido que se deve entender a clemência de Nossa Senhora; e enquanto tal, ela é única, suprema e indizível.