“Conquistar o mundo para Cristo por meio de Maria”, “Evangelizar com Maria”, são lemas da Milícia da Imaculada, fundada por São Maximiliano Kolbe, na Itália, em 1917.
Com os mesmos lemas e seguindo a mesma espiritualidade, o franciscano Frei Luis Faccenda fundou em 1954, também na Itália, o Instituto das Missionárias da Imaculada – Padre Kolbe, reconhecido como instituto secular de direito pontifício em 1992.
Essas zelosas missionárias exercem sua benéfica atividade apostólica em diversos países.
Nossa entrevistada, Irmã Maria Sammarche, natural de Bolonha, Itália, é coordenadora do Centro de Difusão e de Produção da Rádio Imaculada Conceição, na “Cidade da Imaculada”, em Santo André (SP).
Arautos do Evangelho: A Rádio foi a semente de onde nasceu o movimento no Brasil…
Irmã Maria: Sim. Chegamos aqui no ano de 1996. Fomos convidadas por um padre franciscano, Frei Sebastião Benito Quaglio, Presidente da Milícia da Imaculada, no Brasil.
Quinze anos antes, ele tinha começado uma intensa atividade evangelizadora com um grupo de leigos, especialmente valorizando os meios de comunicação.
Naquele tempo, já tinha comprado, com muito sacrifício, uma emissora que agora se chama “Rádio Imaculada Conceição”.
AE: Como a Irmã conheceu o movimento na Itália, depois como resolveu vir para cá?
Irmã Maria: Pessoalmente, perguntava-me qual era o sentido da minha vida. Devagarzinho, fui descobrindo que Deus me chamava a uma vida consagrada.
A certa altura, conheci as “Missionárias da Imaculada – Padre Kolbe” e senti que minha vida se identificava com esta espiritualidade, este carisma.
Eu sempre sonhava em ser missionária em outro país, doar minha vida para que tantas outras pessoas que não conheciam Jesus, pudessem conhecê-Lo.
Este sonho se concretizou no ano de 1997, quando os meus responsáveis me pediram para vir aqui para o Brasil.
AE: Há no Instituto também voluntários leigos?
Irmã Maria: Quando nós, missionárias, chegamos ao Brasil, já havia leigos que estavam levando adiante este apostolado, de uma forma bem dinâmica e entusiástica.
Em sua maioria, eram voluntários, ou seja, dedicavam parte de seu tempo para pôr em prática esse projeto de Evangelização, e continuam até hoje.
Por exemplo, uma das formas de voluntariado muito útil é a do serviço de atendimento telefônico: o plantão. O dia inteiro, há grupos de leigos voluntários oferecendo o próprio tempo para atender chamadas que nos chegam do Brasil inteiro, durante as vinte quatro horas do dia.
AE: Qual o carisma que o Pe. Maxilimiano Kolbe procurou infundir em sua fundação?
Irmã Maria: São Maximiliano Kolbe é esse grande apóstolo mariano, esse grande missionário que fez da consagração a Nossa Senhora o coração da própria espiritualidade, da própria “missionalidade”.
Foi definido pelo Papa como “Padroeiro de nossos tempos difíceis”.
A espiritualidade de Maximiliano Kolbe é baseada na ideia da consagração a Nossa Senhora.
Ou seja, a pessoa descobre o papel que tem Maria na vida cristã porque acredita que são dirigidas para cada discípulo, para a Igreja de todos os tempos, aquelas palavras de Jesus ao pé da Cruz: “Mulher, eis aqui teu filho! – Filho, eis aqui tua Mãe!”
Assim, começa a olhar para Maria e a aprender d’Ela, que foi a primeira e perfeitíssima discípula do Senhor, como seguir Jesus.
Esta é a ideia em torno da qual Maximiliano Kolbe construiu a própria experiência de vida e sua “missiologia”.
Bem sabemos que esta espiritualidade mariana levou o “mártir da caridade” a dar a vida para salvar um pai de família, num campo de concentração.
Pessoalmente, gosto muito da expressão de João Paulo II sobre o martírio de nosso fundador: “Maximiliano Kolbe não morreu, mas deu a vida!”
AE: No mundo, quantos são as missionárias?
Irmã Maria: No Instituto das Missionárias da Imaculada – Padre Kolbe somos mais ou menos 300, sendo 20 no Brasil. Primeiro surgiu o ramo feminino.
Ainda temos nosso fundador vivo: Frei Luigi Faccenda, franciscano conventual, como São Maximiliano Kolbe.
No Brasil, o ramo masculino de nosso Instituto surgiu em 1997, fundado também por Frei Luigi Faccenda, tendo como cofundador Frei Sebastião Benito Quaglio.
Por enquanto, os missionários são 30 jovens que estão querendo se consagrar a Deus, sendo a alma da Milícia da Imaculada. Além deles, há os leigos, que continuam a ter um papel bem importante.