Procurai a paz com todos e ao mesmo tempo a santidade, sem a qual ninguém pode ver o Senhor.
Estai alerta para que ninguém deixe passar a graça de Deus, e para que não desponte nenhuma planta amarga, capaz de estragar e contaminar a massa inteira.
Que não haja entre vós ninguém sensual nem profanador como Esaú, que, por um prato de comida, vendeu o seu direito de primogenitura. E sabeis que, desejando ele em seguida receber a bênção do herdeiro, lhe foi recusada. E não bastaram todas as súplicas e lágrimas para que seu pai mudasse de sentimento…
Em verdade, não vos aproximastes de uma montanha palpável, invadida por fogo violento, nuvem, trevas, tempestade, som da trombeta e aquela voz tão terrível que os que a ouviram suplicaram que ela não lhes falasse mais.
Estavam verdadeiramente aterrados por esta ordem: “Todo aquele que tocar a montanha, mesmo que seja um animal, será apedrejado” (Ex 19,12). E tão terrível era o espetáculo, que Moisés exclamou: “Eu tremo de pavor” (Dt 9,19).
Vós, ao contrário, vos aproximastes da montanha de Sião, da cidade do Deus vivo, da Jerusalém celestial, das miríades de Anjos, da assembleia festiva dos primeiros inscritos no livro dos Céus, e de Deus, juiz universal, e das almas dos justos que chegaram à perfeição, enfim, de Jesus, o mediador da Nova Aliança, e do sangue da aspersão, que fala com mais eloquência que o sangue de Abel.
Guardai-vos, pois, de recusar ouvir aquele que fala. Porque, se não escaparam do castigo aqueles que d’Ele se desviaram, quando lhes falava na terra, muito menos escaparemos nós, se O repelirmos, quando nos fala desde o Céu.
Depois de ter outrora abalado a terra pela sua voz, Ele hoje nos faz esta solene declaração: “Ainda uma vez por todas moverei, não só a terra, mas também o Céu” (Ag 2,6).