A cerca de cem metros da rua Florida – regorgitante de turistas e de executivos do mundo das finanças – encontra-se em Buenos Aires a magnífica Basílica do Santíssimo Sacramento, do Instituto dos Padres Sacramentinos, fundado por São Pedro Julião Eymard. 

A construção desse majestoso escrínio em honra de Jesus Eucarístico deve-se a uma ilustre dama argentina, Da. Mercedes Castellano de Anchorena.

A magnificência de sua residência particular – atualmente sede do Ministério das Relações Exteriores da Argentina – inspirou-lhe o nobre desejo de mandar edificar uma igreja mais imponente ainda, para conter o Sacramento da presença real do Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Cristo. 

A tarefa foi encomendada aos arquitetos franceses Coulomb e Chauvet. O padre sacramentino Antonio Seignion escolheu os materiais mais nobres e dirigiu as obras, auxiliado pelo Pe. Ernesto Vespignani, salesiano, ardoroso apóstolo da Patagônia. 

A primeira pedra foi colocada em 1908 e as obras terminaram em 1916. Neste mesmo ano, o Papa Bento XV a erigiu na Basílica Menor.

Nessa igreja, tudo é majestade.

A grande nave central e as duas laterais são iluminadas por vitrais franceses representando milagres eucarísticos registrados pela História. 

Ao entrar, o olhar do visitante cai imediatamente sobre o altar-mor, que impacta pela presença de uma enorme custódia de prata, ante a qual se encontram duas imagens, também de prata: Nossa Senhora e São José, ajoelhados reverentemente, e nove anjos argênteos.

Um baldaquino de mármore de Carrara, sustentado por colunas de ônix vermelho do Marrocos, encima esta custódia. E quatro anjos, esculpidos também em mármore de Carrara, fazem guarda, sob baldaquinos da mesma pedra. 

Uma frase chama a atenção dos fiéis: Adoremus in aeternum. É o começo de um hino eucarístico gregoriano. Precisamente, a igreja foi construída para essa finalidade: a Adoração Perpétua a Jesus-Hóstia. 

Belíssimo relicário para tão augusto sacramento! Faz-nos lembrar que tantas pedras, cristais, madeiras e metais nobres nada são perante Aquele para o qual a Basílica foi construída, Deus verdadeiramente presente entre nós, conforme a sua promessa: “Eu estarei convosco até o fim do mundo” (Mt 28,20).