Uma aprovação canônica, meus queridos irmãos e minhas queridas irmãs, comporta ao menos três conceitos importantes. O primeiro é de reconhecimento.

A Igreja, depois de estudar os estatutos, de observar as atividades de uma associação, aprova porque reconhece que o grupo está em plena comunhão com a Igreja, seja na fidelidade à palavra de Deus, seja na fidelidade doutrinária, pelo acordo pleno com o magistério da Igreja, seja nas suas expressões de fé.

A Igreja reconhece que as pessoas que participam desse grupo estão fiéis, estão dispostas a serem sempre fiéis aos seus ensinamentos, a Jesus Cristo que foi anunciado pela Igreja.

A aprovação comporta outro conceito, o de confiança. Quando a Igreja aprova uma nova associação, é porque confia. Mas o que é mesmo con-fiar? Etimologicamente essa palavra significaria confessar, con-fidere, confessar juntos a mesma fé, o mesmo amor.

A Igreja confia que esse grupo inicial vá cumprir, com toda a determinação, aquilo que é propósito seu, estabelecido nos estatutos, nas regras de vida.

Confia também que o grupo vá progredir. Progredir em quê? Na fidelidade sempre maior, nas maneiras de levar o Evangelho, de colocar-se sempre sob a orientação da Igreja.

E eu gostaria de mais uma vez parabenizar os Arautos do Evangelho, porque sou testemunha de quanto eles são assim, dedicados, de ouvidos abertos às orientações da Igreja, sejam as do Santo Padre, sejam as dos Bispos.

Estão sempre dispostos, humildemente até, a mudar rumos, a reconhecer falhas, a envidar esforços para serem cada vez mais unidos, mais fiéis, mais contentes com a Igreja, e a Igreja mais contente com eles.

Deixam-se orientar por teólogos autênticos que estão em plena comunhão com a Igreja. Deixam-se orientar, sem nenhuma confusão, pelos pastores em plena comunhão com o sucessor de Pedro.

A aprovação canônica comporta também o conceito de esperança. O grupo aprovado pela Igreja recebe uma missão.

A Igreja os envia, os anima, os estimula a levar o Evangelho para a frente, a anunciar, motivar, espalhar a semente da palavra de Deus, pela própria palavra, pela alegria de viver, pela consagração de vida, e pela maneira de comportar, maneira de ser.

Nós anunciamos o Evangelho muito mais por aquilo que somos do que pelo que fazemos, e os Arautos sabem entender bem isso.

E têm progredido nesse caminho de levar a palavra de Deus de casa em casa, com todo o esforço, com todo o respeito às famílias, mas com toda a coragem, com toda a dedicação, e com todo o respeito também aos Bispos diocesanos, aos pá­rocos, e por isso merecem igualmente reconhecimento e aplauso.

Os caros Arautos do Evangelho primam pela adesão incondicional à Igreja, ao Santo Padre, ao Sucessor de Pedro, aos Bispos em plena comunhão com ele.