Celebra-se hoje o Dia Mundial do Doente, que chegou à sua 11ª edição, colocada sob o patrocínio da Virgem Imaculada. Daqui a pouco, os cânticos e as orações nos levarão espiritualmente a Lourdes, lugar abençoado por Deus, e a vós tão querido.

Ao mesmo tempo, unimo-nos aos numerosos fiéis reunidos no Santuário Nacional de Washington, também ele dedicado à Imaculada onde, no corrente ano, têm lugar as principais manifestações do Dia Mundial do Doente.

Observando a venerada imagem da Virgem de Lourdes, o nosso olhar se fixa no rosário que pende das suas mãos unidas. A Virgem orante parece desejar renovar o convite dirigido à pequena Bernadete, para recitar o Santo Rosário com confiança.

Com quanta alegria nós acolhemos esta exortação no Dia do Doente, que constitui uma etapa significativa do Ano do Rosário!

Hoje, Lourdes, Roma e Washington formam uma “encruzilhada” providencial de uma invocação conjunta ao Deus da vida, para que infunda confiança, conforto e esperança às pessoas que sofrem no mundo inteiro.

Queridos doentes, o Rosário oferece a resposta cristã ao problema do sofrimento, e tira-a do mistério pascal de Cristo. Quem o recita, percorre com Maria o itinerário interior da vida e da fé, itinerário de que faz parte integrante o sofrimento humano, que em Cristo se torna sofrimento divino-humano, paixão salvífica.

Nos mistérios dolorosos contempla-se Cristo que assume sobre si todas as “enfermidades” do homem e do gênero humano.

Como Cordeiro de Deus, Ele assume não apenas as consequências delas, mas também a sua profunda causa, ou seja, não só os males, mas o mal radical do pecado. A sua luta não é superficial, mas radical; a sua cura não é paliativa, mas resolutiva.

A força, por meio da qual Cristo venceu o domínio do mal e curou o homem, é o abandono confiante, com submissão filial, à vontade do Pai.

Esta mesma atitude desenvolve-se em nós graças ao Espírito Santo quando, na experiência da enfermidade, percorremos com Maria o caminho dos mistérios dolorosos.

Caríssimos Irmãos e Irmãs! O coração da Virgem, trespassado pela espada, ensina-nos a “aprender Cristo”, a confrontar-nos com Ele e a dirigir-lhe as nossas súplicas (cf. Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, nn. 13-16).

E orienta-nos no anúncio do seu amor (cf. ibid., n. 17): aquele que carrega a cruz com Jesus oferece um testemunho eloquente, inclusive para quantos se sintam incapazes de acreditar e de esperar.

Durante este ano, perturbado por não poucas preocupações pelo destino da humanidade, desejei que a oração do Rosário tivesse como intenções específicas a causa da paz e da família (cf. ibid., 6 e 40-42). Vós, queridos Irmãos e Irmãs doentes, estais na “linha de vanguarda”, na intercessão por estas duas grandes finalidades.

Possa a vossa vida, assinalada pela prova, infundir em todos aquela esperança e serenidade que só se experimentam no encontro com Cristo. Estes bons votos, e qualquer outra intenção que tivermos no coração, confiemo-los agora a Maria Imaculada, Saúde dos Enfermos.