Quantos terços reza o Papa por dia?
Com tantas ocupações — pensará o leitor — certamente rezará um... Foi esse o pedido de Nossa Senhora em Fátima. Mas a resposta talvez o surpreenda: o Papa reza o Rosário, ou seja, três terços, e com frequência até mais. É um exemplo para admirar, e imitar!
Foi com o terço pendurado no braço direito, e as mãos postas, em atitude de oração, que a Virgem Maria apareceu na gruta de Lourdes, na França, a Santa Bernardette Soubirous. Dessa forma, indicava a Mãe de Deus quanto Lhe agra dava essa bela oração.
E não foi por coincidência que, ao se manifestar a três pastorinhos em Fátima, o fez do mes mo modo, com o terço suspenso de suas virginais mãos.
Mas esta devoção, a que os Papas chamaram “compêndio de todo o Evangelho”, há séculos é recomendada pelos Sucessores de Pedro, razão pela qual todos os cristãos lhe devem ter especial apreço.
Elo de união a Maria Santíssima
O terço está tão difundido, que se tornou distintivo do católico, sendo costume levá-lo entrelaçado nas mãos para a última morada.
Significamos assim nosso desejo de que, na hora jubilosa da Ressurreição, todos os devotos de Maria estejam unidos por esta corrente salvadora, com a qual nos unimos a Jesus e vencemos o inimigo infernal.
S. S. João Paulo II, numa carta enviada recentemente ao Arcebispo de Lyon, Cardeal Billé, por ocasião do centenário da consagração da Basílica do Rosário, em Lourdes, uma vez mais lembra a necessidade e a beleza do Rosário: Parábola viva de pedra e de luz, esta basílica mostra aos olhos dos peregrinos os quinze mistérios da vida de Cristo, revelando assim o sentido profundo do Rosário.
Esta oração, centrada na contemplação da Encarnação redentora, nos faz par participar sob a condução da Virgem, nos atos do Salvador.
Com esta Mãe puríssima, percorremos a história da salvação, e através da meditação dos mistérios do Rosário, acolhemos o amor de Deus, manifestado de maneira sublime no dom do Verbo Encarnado.
Assim, graças ao culto dado à Virgem, a Igreja não perde jamais de vista sua finalidade última que é “glorificar a Deus e engajar os cristãos numa vida totalmente conforme a Sua vontade”.[1]
No alvorecer do terceiro milênio, é a Cristo a quem somos convidados a “conhecer, amar e imitar, para viver n’Ele a vida trinitária e para transformar com Ele a história até seu acabamento na Jerusalém celeste”.[2]
Como dizia São Luís Maria Grignion de Montfort, seria impossível “que uma pessoa possa adquirir uma união íntima com Nosso Senhor e uma perfeita fidelidade ao Espírito Santo sem uma grandiosíssima união com a Santíssima Virgem”.[3]
Encorajo, pois, vivamente aos fiéis a crescer no conhecimento dos mistérios de Cristo pela meditação do terço, deixando-o pouco a pouco purificar e iluminar as suas almas para serem, seguindo a Maria, verdadeiros discípulos do Senhor e para conformarem suas vias à Paixão e Ressurreição do Salvador.