“O Santo Padre gostaria muito de vê-los atuando no Extremo Oriente”.
Este desejo do Papa foi logo em seguida acolhido como uma ordem por nosso Presidente Geral, João Scognamiglio Clá Dias, que prontamente decidiu enviar uma missão a esta parte do globo onde as vocações e as possibilidades de crescimento da Igreja são muito promissoras.
A missão mariana no Extremo Oriente iniciou-se em dezembro de 2001. É uma experiência singular encontrarmo-nos nesta Ásia misteriosa, cheia de cores, aromas e sabores ainda desconhecidos por nós. Mas trazemos um grande tesouro, um grande conforto: a imagem abençoada e coroada pelo Papa.
Com efeito, foi Maria quem desde o início nos abriu o caminho e nos deu as forças necessárias para atender aos desejos do Santo Padre. Ela nos ajudou e continua ajudando como uma boa mãe.
As Filipinas, arquipélago de mais de sete mil ilhas, está sendo a etapa inicial da missão que não poderia ter começado melhor: nossa primeira visita oficial foi feita à Presidente da República, Sra. Gloria Macapagal Arroyo, que na qualidade de Chefe de Estado coroou a Imagem de Nossa Senhora e consagrou o país, de cerca de 71 milhões de almas, ao Imaculado Coração de Maria.
A pedido do Cardeal Jaime Sin, Arcebispo de Manila, a imagem de Nossa Senhora de Fátima esteve presente na Missa de abertura do ano 2002, celebrada pelo próprio cardeal no Santuário “Jesus, the Way, the Truth and the Life” (Jesus, o Caminho, a Verdade e a Vida”). Desde então, seguiram-se visitas a paróquias, escolas, asilos, orfanatos, presídios e a inúmeras famílias.
Um aspecto da vida familiar e social deste povo tocou-nos de modo particular: sua orientação marcadamente matriarcal. Ao longo de nossa peregrinação, encontramos algumas “matriarcas”: uma abrigava sob seu teto cerca de 43 pessoas, entre camareiras, motoristas, mordomos, secretárias, damas de companhia, etc.
Outra concedera por duas vezes a aposentadoria a seu motorista o qual, por filial afeição, não quis separar-se dela. Não surpreende, pois, que o povo filipino ame tão intensamente a Mãe de todas as mães.
Nas numerosas missas celebradas em paróquias, capelas e comunidades em que estivemos presentes — já somam 54 neste ano — tivemos de proteger a imagem do “assalto” amoroso dos fiéis, que incessantemente beijavam-na, tocavam-na, a contemplavam, implorando Àquela cuja súplica é onipotente.
Nessas ocasiões, chamou-nos a atenção um costume muito singular: após o contato com a imagem, as pessoas aproximam-se respeitosamente do arauto do Evangelho, beijam-lhe a mão, o escapulário e a insígnia. Em seguida, pedem a bênção à maneira filipina, tocando a própria fronte no dorso da mão de quem abençoa.
Por sugestão do Bispo Auxiliar de Manila, Dom Socrates Villegas, Reitor do Santuário EDSA, criamos um programa de colaboração com catequistas de várias escolas e orfanatos, fornecendo-lhes informações sobre técnicas de ensino religioso e obtendo resultados realmente entusiasmantes.
São abundantes as ofertas de ajuda que nos chegam para mais eficazmente expandirmos nosso apostolado a outros países. Eis alguns exemplos:
— Um alto funcionário da Diocese de Hong Kong é filipino. Eu o conheço e lhe pedirei que os ajude.
— Temos um convento próximo ao aeroporto de Taipé — Taiwan — e podemos hospedá-los.
— Podemos oferecer-lhes hospedagem e bons contatos em Bangkok...
— Venha encontrar-me em minha paróquia na Papua-Nova Guiné...
Recebemos também uma generosa proposta de alguns amigos da senhora que atualmente nos hospeda: levar a imagem a Sabah, em Borneo, com todas as despesas pagas.
Este pedido nos encheu de entusiasmo, principalmente porque há poucos dias conversamos com um sacerdote passionista que se referiu às numerosas vocações que estão surgindo para sua Ordem na Indonésia, zona de martírio para os católicos.
Com espírito evangélico, confiamos na proteção do Rei dos reis e da Santíssima Virgem Maria, para caminharmos adiante em nossa obra, confiantes na promessa feita por Ela em Fátima: “Por fim, o meu Imaculado Coração Triunfará”.