São João nos narra em seu Evangelho que, após a Morte de Nosso Senhor, José de Arimateia e Nicodemos “tomaram o Corpo de Jesus e ­envolveram-no em panos com aromas” (Jo 19, 40). Com efeito, era costume entre os judeus amortalhar os corpos com faixas de linho e ungi-los com bálsamo, antes de levá-los à sepultura.

Em atenção ao cuidado, reverência e desvelo que esses dois discípulos tiveram com o Corpo do Senhor, a Santa Igreja determinou que sempre se empregassem peças de linho puro na confecção de todos os panos sagrados destinados diretamente ao serviço do altar, como, por exemplo, o corporal.

Sendo uma das mais antigas alfaias usadas na Santa Missa, o corporal é uma peça quadrada, com uma cruz bordada próximo à orla, utilizado para nele se apoiar os vasos sagrados que contenham a Eucaristia. Ele simboliza assim um novo sudário, destinado a resguardar o Corpo de nosso Redentor, não mais no sepulcro, mas durante a renovação incruenta do Sacrifício do Calvário.

Nos primórdios da Igreja, o corporal era maior que os atuais, a ponto de serem necessários dois diáconos para estendê-lo sobre o altar. Inclusive se utilizava uma de suas extremidades para cobrir a copa do cálice, costume substituído mais tarde pelo uso da pala.

A cor branca do corporal tem por simbolismo o estado de graça daqueles que se aproximam do altar, condição indispensável para a recepção da Comunhão. ²