Essa é a conclusão à qual chegou um grupo de cientistas da Universidade de Berkeley, Califórnia, após um acurado estudo publicado no número de dezembro do Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), jornal oficial da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

Notando que a argamassa utilizada nos prédios construídos pelos romanos durante o período imperial conserva-se há quase dois mil anos sem dar mostras de corrosão, os peritos decidiram fabricar um bloco de cimento seguindo a receita de Vitrúvio, arquiteto do primeiro século, e analisá-lo através de raios X.

O minucioso exame por eles realizado permitiu-lhes observar uma peculiar estrutura interna, que dificulta a aparição de fendas e torna especialmente resistentes as áreas mais suscetíveis à ruptura.

O segredo parece estar na proporção de areia vulcânica usada para fabricar a argamassa.

Graças a ela, construções tão antigas como o Mercado de Trajano, o Panteão de Agripa – famoso por possuir uma das maiores cúpulas já construídas – ou o não menos conhecido Castelo de Sant’Angelo mantêm sua estrutura intacta após terem enfrentado ao longo dos séculos terremotos de intensidade moderada e repetidas inundações.

Não é de estranhar, portanto, que os mencionados cientistas recomendem no seu artigo aplicar a “receita romana” para “melhorar a durabilidade do concreto atual em regiões sismicamente ativas e aumentar a vida útil de edifícios sustentáveis sob o ponto de vista ambiental”.