Conta uma poética lenda bretã que, em dias claros e sem vento, os pescadores ouviam subir do fundo do mar um melodioso badalar de sinos.

Era o carrilhão de uma catedral submersa havia séculos, cujos toques relembravam aos habitantes da região um saudoso e distante passado.

Sugestiva figura esta, que bem representa com cores fortes o efeito de certas graças sobre as almas.

Incontáveis pessoas, simplesmente por verem a imagem de Nossa Senhora de Fátima, o Oratório do Imaculado Coração de Maria ou um solene cortejo de Arautos do Evangelho, se emocionam às lágrimas e procuram desabafar o que lhes vai na alma, às vezes problemas de consciência os mais internos.

Algo como que se destampa em seu interior, e os sinos voltam a bimbalhar…

Foi o que testemunhou D. Francisca Betânia, de Brasília.

Certo dia, foi ela buscar sua mãe para tomar um lanche em sua casa. As duas entraram juntas e D. Francisca se dirigiu diretamente à cozinha. Notando que sua mãe demorava, voltou à sala.

Para sua surpresa, deparou-se com ela – que não era católica – ajoelhada, em lágrimas, abraçada ao Oratório do Imaculado Coração de Maria.

Mais surpresa ainda ficou quando a mãe lhe disse:

— Minha filha, como faço para me tornar católica? O olhar de Nossa Senhora me tocou tanto que quero me converter.

E logo começou a rezar o terço com a filha.

Algo semelhante se passou em Itatiaia, RJ. Na paróquia local, um conjunto de jovens Arautos do Evangelho tocou e cantou durante concorrida Celebração Eucarística na qual foram abençoados vários Oratórios. A igreja estava repleta.

Os Arautos tinham feito na cidade uma Missão Mariana, levando de lar em lar a imagem de Nossa Senhora de Fátima.

No dia seguinte, o jovem Jean foi surpreendido por sua tia, seguidora de outra religião desde a infância, vindo a sua procura para dizer-lhe que queria tornar-se católica.

A princípio, Jean julgou tratar-se de brincadeira, mas a tia insistiu:

É verdade! Assisti àquela Missa ontem, e vi que a mulher (Nossa Senhora) de que você tanto fala é poderosa mesmo. Eu e meus filhos queremos ser batizados.

Na cidade paulista de Nova Odessa, durante uma Missão Mariana, o simples fato de ver a imagem de Nossa Senhora percorrendo as ruas tocou tanto uma jovem farmacêutica, que ela não conseguia parar de soluçar.

Depois comentou com o Arauto que ela não era casada na Igreja, mas que gostaria de regularizar sua situação. Bastou um olhar para trazer à tona a torre da “catedral submersa” naquela alma e repicar os sinos das saudades da inocência!…

Nessa mesma cidade, uma senhora não católica ficou tão impressionada com a imagem de Nossa Senhora que a recebeu em casa, fez assinatura da revista Arautos do Evangelho e transportou a imagem em seu automóvel, comentando:

Ai! se meus conhecidos me virem com esta imagem, o que vão dizer! Mas ela é tão bonita, que não resisti.

Para cada filho ou filha, tem nossa celestial Mãe um olhar, uma mensagem particularíssima, que tange os sinos no fundo da alma.

Em Treze Tílias, SC, D. Rosemari encontrava-se muito contrariada pelas provações pelas quais passava a família.

Seu filho, desempregado havia tempo, estava brigado com o pai. Um sobrinho que mora na mesma casa a todos incomodava com o vício do fumo.

Nessa situação, foi visitada por uma amiga, D. Sandra, que lhe perguntou se não gostaria de receber todo mês o Oratório em seu lar. D. Rosemari queria recusar, mas, sem saber por que, acabou dizendo um “sim” meio forçado.

Era o que Nossa Senhora parecia esperar.

Pois, para grande surpresa e alegria de D. Rosemari, já no dia seguinte seu filho recebeu, não uma, mas três propostas de emprego.

E, assim que chegou o Oratório, seu sobrinho lhe entregou o maço de cigarros, avisando que doravante não mais fumaria. E, finalmente pai e filho se reconciliaram…

Cheia de gratidão, a todos D. Rosemari relata sua pouca fé, e a grande bondade de Nossa Senhora!

Nessa mesma cidade catarinense, uma jovem estudante também experimentou a bondade maternal de Nossa Senhora.

Neste ano, rezou muito diante do Oratório do Imaculado Coração de Maria, pedindo para ser aprovada no vestibular da Universidade Federal.

Publicados os resultados, constatou que fora reprovada. Revoltada, disse à mãe que nunca mais ia rezar, pois de nada adiantava. A boa senhora apenas lhe respondeu que ela deveria continuar a rezar.

— Mas, para que, se já fui reprovada?

— Não sei — respondeu a mãe — mas continue a rezar…

Passada uma semana, soa o telefone. Era da secretaria da Universidade Federal, avisando a jovem para providenciar a matrícula, pois fora incluída na segunda chamada…

Infelizmente, nem sempre as pessoas são sensíveis à voz da Graça.

D. Selma, coordenadora de Oratório na capital paulista, andava pelo seu bairro tentando formar um novo grupo. Ao passar diante de uma grande residência, de família bem abastada, pensou: “Que bela casa para abrigar Nossa Senhora!” E tocou a campainha.

A dona da casa ouviu com frieza a explicação do Apostolado do Oratório, e respondeu com uma empáfia quase blásfema:

— Minha filha, não perca tempo. Aqui não precisamos desse Oratório, pois somos ricos, temos saúde, meus filhos fazem faculdade e uma grande carreira os espera. Mas, veja, lá no fim da rua há uma família muito pobre que necessita de orações e de ajuda. Vá lá…

Muito penalizada por essa desfeita à Rainha dos Anjos e dos Santos, dirigiu-se a coordenadora ao casebre indicado.

Atendeu-a uma sofrida senhora que lhe respondeu emocionada: “Como gostaria de receber Nossa Senhora! Meu filho é viciado e não trabalha, e eu estou doente. Mas, minha casa é tão pobre que não é digna de receber Nossa Senhora”.

Emocionada, D. Selma lhe respondeu bondosamente que Nossa Senhora se sentiria bem onde houvesse uma filha que A amasse, sem se importar com os ornatos ou a riqueza da casa.

Pobres também eram a gruta de Belém e a casa de Nazaré. Resposta esta que muito consolou a dona da casa.

Grande mestra é a vida! Qual das duas senhoras é a mais necessitada?

Lenitivo para os sofrimentos, consolação nas aflições e esperança nas provações – a todos, pobres e ricos, vai o Oratório do Imaculado Coração de Maria fazendo o bem por onde passa.

Grandes favorecidas por essas graças são as cerca de 100 mil famílias que abriram as portas de seus lares para neles reinar Maria com seu Filho Jesus.

Em muitas dessas casas, a presença do Oratório foi ocasião de mudanças tão grandes no ambiente doméstico, que elas bem podem repetir a exclamação de uma dona de casa, ao recebê-lo pela primeira vez:

— Hoje, nesta casa, parece Natal!