Prolongados jejuns, penitências extraordinárias, bem como a sua constante união com Deus, combinavam-se admiravelmente para fazer do padre Charbel um anjo em carne humana. [...]
A sua obediência foi a de um menino para com seus pais; isto era o que o diferenciava dos seus irmãos. Vendo nos superiores a pessoa de Cristo, obedecia todas as suas ordens, com uma total naturalidade e com grande alegria.
Não se limitava a obedecer ao seu superior, cada um de seus irmãos, era a seus olhos outro Cristo, e obedecia-os.
Gostava de fazer os ofícios mais humildes da casa, ninguém o viu jamais descontente, nem se ouviu que murmurasse algo contra o modo de proceder do superior, ou de qualquer dos seus irmãos.
Como testemunho do que temos afirmado, aqui vai um depoimento do padre Nehmetallah Nehme, então superior do mosteiro de Annaya:
Certo dia estava o padre Charbel trabalhando com os outros irmãos no vinhedo do Convento. Ao anoitecer, saí para visitá-lo, encontrando-o a trabalhar bem longe dos outros. Como eu sabia que ele só comia quando lhe ordenavam, me aproximei d’ele e lhe perguntei:
— O Senhor já tomou o seu café da manhã?
— Não, foi a resposta do nosso Santo. Ninguém me mandou comer ainda qualquer coisa.
Então ordenei a um monge que fosse até o Mosteiro, e que de lá trouxesse qualquer coisa para o irmão Charbel.
Jejuara durante 30 horas, sem comer absolutamente nada, só por não faltar à obediência.