Uma cena singular se desenrolava na fortaleza de Canossa, ao norte da Península Itálica.
Três dias haviam passado desde que um maltrapilho vestido de saco penitencial, de pés descalços sobre a neve e em jejum da manhã até à noite, implorava aos brados e de joelhos a entrada na parte mais interna do castelo.
Uma circunstância tornava especialmente dramático o espetáculo: bramia o mais impiedoso inverno do século. O inusitado do quadro, entretanto, resultava menos dos fatos que dos personagens.
Aquele que não permitia a entrada era o Papa, e o mendigo era o soberano do Sacro Império Romano-Alemão, …