Desde criança, Martinho amou a Deus, dulcíssimo Pai de todos, com tais características de inocência e simplicidade que não poderiam deixar de agradar-Lhe.

Quando, posteriormente, ingressou na Ordem Dominicana, ardeu de tal modo em piedade que mais de uma vez, enquanto rezava com a mente livre de todas as coisas, parecia estar arrebatado ao Céu. [...]

Além disso, seguindo os ensinamentos do Divino Mestre, São Martinho amou seus irmãos com profunda caridade, nascida de uma fé inquebrantável e de um abnegado coração.

Amava os homens porque os considerava seus irmãos, por serem filhos de Deus. Mais ainda, amava-os mais do que a si mesmo, pois, em sua humildade, julgava-os todos mais justos e melhores do que ele. Amava seus próximos com a benevolência própria dos heróis da Fé Cristã. [...]

Veneráveis irmãos e queridos filhos. Como afirmamos no início desta homilia, julgamos muito oportuno que, neste ano em que se há de celebrar o Concílio, Martinho de Porres seja enumerado entre os Santos.

Pois a senda de santidade por ele seguida e os resplendores de preclara virtude que brilharam em sua vida podem ser considerados como os salutares frutos que desejamos para toda a Igreja Católica e para todos os homens, como consequência do Concílio Ecumênico.

 

Excertos da Homilia do Rito de Canonização do Beato Martinho de Porres, 6/5/1962.