Boas maneiras no trabalho
A revista americana Harvard Business Review abriu espaço para um tema surpreendente em publicação especializada nos assuntos econômicos: uma entrevista com a cronista Judith Martin, mais conhecida pelo cognome de Miss Manners (“Senhorita Boas Maneiras”).
Em seus artigos, Miss Manners costuma dar aos norte-americanos lições de como se comportar de modo correto no trabalho e na vida social.
Segundo ela, estão “completamente equivocados” os grandes executivos que têm como meta estabelecer em suas empresas um relacionamento dito “sem constrangimentos”.
Nessa entrevista, ela insiste na necessidade de retomar o costume de as pessoas tratarem-se com uma certa dose de formalidade, nos ambientes de trabalho. “O que precisamos é de limites, e muitos” – declarou.
Segundo ela, a falta de boas maneiras é responsável também pelas manifestações de desrespeito entre colegas de trabalho.
Ao tomar conhecimento dessas declarações, Lucy Kellaway, colunista de outra importante publicação financeira – o Financial Times, de Londres – exclamou ser isso o que ela sonhava há anos poder ter lido.
E acrescentou:
Na verdade, estou farta da descontração (nos ambientes de trabalho), farta das declarações do gênero “somos uma família feliz”, farta de chamar as pessoas de você, farta dos trajes esportivos e dos mocassins.
O que desejo para hoje são limites claros e uma etiqueta que possa servir como referência para todo mundo. O que quero são boas maneiras.
Gosto pelos objetos bem feitos e duráveis
De outro lado, o renomado costureiro Giorgio Armani, em declarações ao jornal The Economist, de Londres, expressou suas ideias no tocante à moda para este ano.
Algumas delas são surpreendentes e apontam para perspectivas insuspeitas da opinião pública.
Começa dizendo que, uma vez encetada a recuperação econômica, o consumidor se mostrará mais seletivo, convencido de que o luxo representa algo bem mais estável do que certas tendências passageiras.
Segundo ele, o gosto pelos objetos bem feitos e duráveis deverá favorecer a criação de pequenas empresas capazes de pôr à venda produtos originais.
O consumidor passará a questionar a globalização, com receio de que esta acabe acarretando uma uniformização dos produtos.
Outra grande tendência, informa Armani, deve provir da influência cada vez maior da indústria da música, devido ao gosto pelo luxo, sugerido por certos artistas aos seus fãs. “É preciso estar preparado para uma volta à elegância, que deverá ser bela e audaciosa, com uma pontinha de modernidade”.
Continuando, declara o mestre da alta moda:
Pressinto igualmente uma volta à diferenciação entre os sexos. De minha parte, deverei afastar-me, portanto, do estilo andrógino criado na década de 1980.
Hoje, é fato manifesto que as mulheres podem vestir-se de maneira mais feminina sem que se questione por isso suas aptidões profissionais.