Os leigos, e não apenas os sacerdotes e religiosos, são chamados a evangelizar a sociedade. No último Sínodo dos Bispos, realizado recentemente em Roma, muitos dos ilustres participantes abordaram o tema do papel dos leigos na Igreja.
Cada um de nós está envolvido na questão e, por isso, nos pareceu importante levar ao conhecimento do leitor a declaração de D. Ramón Ovidio Pérez Morales, arcebispo de Los Teques, Venezuela, publicada no Osservatore Romano.
Ressalta ele como a cultura é um importante instrumento de evangelização:
A (nova) evangelização atualmente é enriquecida e potenciada graças aos ministérios conferidos aos leigos, homens e mulheres.
Esta colaboração dos leigos com o ministério ordenado, paralelamente a outras formas de cooperação “ad intra” da comunidade eclesial (serviços, conselhos, etc.), não pode, apesar de tudo, diluir ou fazer esquecer aquilo que é especifico do leigo: a sua índole secular.
A promoção do leigo como tal insere-se por conseguinte na ordem do que lhe é próprio (a dimensão secular) e não do que lhe é confiado por delegação (ministérios que lhe são concedidos), mesmo se se trata de coisas de altíssimo valor.
A “Evangelii nuntiandi” ensina de maneira clara que a evangelização tem por finalidade alcançar não só a pessoa mas também o seu ambiente cultural.
A “nova evangelizacão” e, por conseguinte, a evangelização da cultura, empenha todo o povo de Deus, mesmo que de maneiras diferentes, em todos os seus membros e setores.
Compete ao leigo, inserido numa família ou no próprio centro do secular, traduzir o Evangelho em linfa e fermento da economia, da política e da cultura.
Portanto, o leigo não precisa de uma “delegação” para a sua atividade de evangelizacão da cultura.
Tem necessidade, isso sim, de um Bispo que o acompanhe com uma espiritualidade adequada, o respeite e compreenda as suas decisões, o encorage e o conforte nos seus empenhos, o ajude e o oriente na sua formação.