A aristocrática Baviera ostenta entre seus tesouros um castelo admirado no mundo inteiro, reconhecido como símbolo não apenas da região onde foi construído, como da própria Alemanha: Neuschwanstein.
Ergue-se ele sobre um rochedo incrustado num local privilegiado, em meio a altas montanhas com cumes pontilhados de neve, lagos cristalinos e uma floresta verdejante, formando um perfeito cadre para o mais ousado dos monumentos que o rei Luís II quis legar à posteridade.
Embora o “novo cisne de pedra” – tal é o significado de seu nome – tenha sido erigido no século XIX e os seus traços arquitetônicos sejam de inspiração gótica, ele transcende este ou qualquer dos estilos presentes para definir-se como uma obra singular, alheia a uma escola artística específica.
Mais do que a entusiástica admiração pela civilização medieval de quem o concebeu, a construção procura exprimir uma profunda aspiração de alma nunca expressa antes com tanto êxito: o triunfo do maravilhoso sobre o funcional, do espírito sobre a matéria, do sonho sobre a realidade.
Surpreendendo pela elegante beleza de suas formas, conjuga com harmonia predicados aparentemente contrários, como a leveza e a força, a doçura e a altaneria.
Suave e acolhedor como o palácio de uma princesa, ele, porém,
domina de modo soberano tudo o que lhe fica abaixo, como quem agarra a natureza em nome da majestade dos montes que o antecedem. […]
É uma verdadeira garra subjugando a montanha, é um autêntico herói que olha do alto os panoramas, sentindo-se superior a todo o cenário que considera.1
Sucessivas gerações rendem-se ao seu encanto e acorrem de todo o orbe para comprovar o que se diz a respeito deste castelo de conto de fadas.
Tudo isso faz de Neuschwanstein o edifício mais visitado e fotografado do país, quem sabe por ter suficiente força simbólica para nos persuadir de que o mundo material só oferece o melhor de si quando toca no sublime.
Neuschwanstein, enfim, nos recorda que os sonhos podem se tornar maravilhosas realidades…