Torre de Belém, Escola de Sagres, Mosteiro da Batalha…
Quem pensa em Portugal, pensa logo num povo cheio de arrojo, de coragem e largueza de horizontes. Uma nação que, partindo de uma pequena extensão territorial, expandiu-se por quase todo o mundo no afã de difundir a fé e a civilização.
Mas esse povo empreendedor destaca-se também por seu profundo bom senso, seu afeto cordial, seu apreço às coisas estáveis e bem ponderadas.
Tudo isso faz do autêntico português um admirador, ao mesmo tempo, das aventuras marítimas e do repouso seguro e sossegado do lar. Naturalmente, servido de mesa farta, regada por bons vinhos, e adoçada por sobremesas inigualáveis.
Um povo tão conatural com o oceano não poderia ter deixado de elaborar variados e saborosos pratos com peixes e frutos do mar.
A receita que apresentamos hoje bem simboliza essas características do espírito português: uma suculenta e bem caseira sopa, feita entretanto de um espécimen marítimo temido, o cação.
Foi-nos enviada por D. Maria Augusta Barros Gaspar Piteira, dedicada Cooperadora dos Arautos do Evangelho, residente em Évora, na pitoresca região do Alentejo.
Apesar do título que ela lhe deu – Sopa de Cação – trata-se de um esplêndido prato principal, capaz de satisfazer o mais truculento entusiasta da culinária lusitana.
Ingredientes
- Cação [1]
- 1 colher (sopa, rasa) de coentro picadinho
- 3 dentes de alho
- 3 colheres (sopa) de azeite
- 1 folha de louro
- 2 colheres (sopa) de farinha de trigo
- 1 xícara (café) de vinagre
- 1 litro de água
- sal a gosto
- pão
- colorau
Modo de preparo
Faz-se um refogado com o coentro, sal, alhos amassados, louro e uma colher de colorau. Deita-se água e, quando estiver fervendo, coloca-se o cação e deixa-se cozer. Por fim, junta-se a farinha desfeita em vinagre.
Corta-se o pão aos pedaços, põe-se numa terrina e junta-se o caldo.
Coloca-se numa travessa as postas de cação e serve-se acompanhado pelo caldo.