Sim, também as pontes têm seu Santo padroeiro: é São João Nepomuceno.
Nascido na Boêmia, na cidade de Nepomuk, de onde lhe vem o nome, João Welflin, ou Wolfflin, veio ao mundo por volta do ano de 1345 e foi assassinado em Praga no dia 20 de março de 1393.
Talvez pelo prestígio do pai, que fora juiz, em 1369 tornou-se Notário Imperial na chancelaria do Arcebispado de Praga, e em 1380 foi ordenado sacerdote. Desempenhou vários cargos de importância, chegando a ser um dos dois Vigários Gerais do Arcebispo João von Jenstein.
Mas, como chegou a ser ele padroeiro das pontes?
Era a época do Grande Cisma do Ocidente e o rei da Boêmia, Wenceslau IV, desejava fazer prevalecer suas leis em assuntos da esfera exclusivamente eclesial. São João se opôs a essa injusta pretensão.
Por essa razão e também, ao que parece, por se ter recusado a revelar ao ciumento rei o conteúdo da Confissão de sua própria esposa, Sofia da Baviera, foi o santo preso, torturado e finalmente jogado no rio Moldava, da ponte Carlos.
Desde então, surgiram peregrinações até a ponte Carlos, onde hoje se venera uma imagem erigida em honra do Santo, no lugar de seu martírio.
Aos poucos, sobretudo na Europa Central e do Leste, adotou-se o costume de encomendar as pontes aos cuidados de São João Nepomuceno, no momento em que a estrutura é inaugurada e abençoada.
Ao mesmo tempo, não é raro ser colocada uma imagem do Padroeiro na ponte, ou, ao menos, uma placa dedicatória.
Algumas das representações do Santo o mostram com a mão ante a boca, simbolizando o seu respeito pelo sigilo da Confissão. Da mesma forma, também é representado com uma aureola de cinco estrelas, que significam as cinco letras da palavra latina tacui – eu calei!