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Plinio Corrêa de Oliveira


Que a paz do Natal penetre em nós
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 12/12/2019
 
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Diante do presépio, aos pés do Menino Jesus

“Mais uma vez, Senhor, a Cristandade se apresta a Vos venerar na manjedoura de Belém, sob a cintilação da estrela, ou sob a luz ainda mais clara e fulgente dos olhos maternais e doces de Maria. A vosso lado está São José, tão absorto em Vos contemplar que parece nem sequer perceber os animais que Vos rodeiam, e os coros de Anjos que rasgaram as nuvens e cantam, bem visíveis, no  mais alto dos Céus”.

Eis pequeno trecho de uma meditação de Dr. Plinio, em noite de Natal, diante do presépio, que o encontrava pela capacidade de reviver algo daquela atmosfera indizível reinante na gruta de Belém.

Como surgiu o primeiro presépio

O primeiro presépio da história foi obra de um refulgente santo, há quase oito séculos. De fato, conta Tomás de Celano — o biógrafo do seráfico São Francisco de Assis, e seu contemporâneo — que este, no Natal do ano da graça de 1223, desejou compor do modo mais real possível a cena vista pelos pastores na Gruta de Belém.

Assim, com seu espírito poético, voltado para o maravilhoso, sua candura e humildade, preparou uma manjedoura coberta com feno e mandou colocar de um lado um boi, e de outro um asno. Contudo, fez celebrar nesse local a Missa e, observando a cena, dirigiu-se aos assistentes, descrevendo com palavras ardentes de piedade e amor o nascimento do Homem-Deus. Então, a partir desse fato, difundiu-se por toda a Cristandade o costume de montar presépios por ocasião do Natal. Dessa forma, ativando a imaginação de pequenos e adultos, eles são ocasião de incontáveis flashes — para utilizarmos um termo pliniano. Estes momentos nos proporcionam, certamente, algumas das mais inesquecíveis horas de nossa vida.

Devemos nos deixar impregnar pela doce atmosfera do Natal

Considerando esse quadro, quantas e quantas vezes Dr. Plinio elevou suas cogitações até aquele convívio inefável da Sagrada Família. Entretanto, nunca se esquecendo que essa sublime cena nos cobra uma determinada disposição de espírito:

“Não basta que nos inclinemos ante Jesus Menino, ao som dos hinos litúrgicos, em uníssono com a alegria do povo fiel. É necessário que cuidemos cada qual de nossa própria reforma, e da reforma do próximo, para que a crise contemporânea tenha solução, para que a luz que brilha no presépio recobre campo livre para sua irradiação em todo o mundo”.

Contudo, Dr. Plinio destacava igualmente que, nesse dia bendito, Jesus e Maria querem especialmente de nós que nos deixemos impregnar pela doce e benigna atmosfera do acontecimento grandioso.

“Deus,  ei-Lo exorável e ao nosso alcance, feito homem como nós, tendo junto de Si a Mãe perfeita. Mãe d’Ele, mas também nossa. […] Ao contemplar isso, nossas almas crispadas se distendem. Nossos egoísmos se desarmam. A paz penetra em nós e em torno de nós. Sentimos que em nosso vizinho algo também está enobrecido e dulcificado. Florescem os dons de alma. O dom do afeto. O dom do perdão. E, como símbolo, a oferta delicada e desinteressada de algum presente”.*

Nessa ocasião do mais augusto de todos os aniversários, aproximemo-nos do presépio e, silenciosos e recolhidos, deixemos que nossas almas sejam inundadas por essa paz luminosa do santo Natal. (Revista Dr. Plinio, Dezembro/2002, n. 57, pp. 4).

* Os trechos acima transcritos foram publicados respectivamente em Legionário, 22/12/46; Catolicismo, dez/52; Folha de S. Paulo, 27/12/70.

 
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