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São João Batista e seu papel no Advento
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 30/11/2021
 
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Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes, pois o Senhor vem! São João Batista o anuncia: "Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo!"

Durante o Advento, a figura de um homem ressalta a nossos olhos: João Batista. Com seu porte firme, mas de ombros ligeiramente curvados, suas roupas de lã e seu olhar de fogo, ele tem uma participação especial na liturgia da Igreja.

São João Batista é exemplo de penitência

O tempo litúrgico do Advento é uma preparação para o Natal do Senhor. Somos convidados a peregrinar pela História da humanidade, que vagava errante, perdida em seus próprios pecados.

São João Batista quis sofrer toda essa penitência de seus antepassados em seu corpo. Desde cedo, os manuscritos contam que se retirou às cavernas, deixando o convívio de seus pais, Zacarias e Isabel, para viver se preparando para a Vinda do Senhor.

Como o povo hebreu, que misturava suas lágrimas ao pão que comia, postos no exílio, São João Batista se pôs à margem da sociedade, num exílio autoimposto. Conta-se que viveu com os essênios, uma tribo de Israel que se penitenciava a fim de obter de Deus o perdão.

Também como seus antepassados, que sofreram fome quando fugiram pelo deserto, o Batista apenas se alimentava de gafanhotos e mel silvestre, mal satisfazendo suas necessidades.

A modo de Israel, que estava vestida de desonra diante das nações e impérios poderosos que a circundavam, São João trajava apenas uma túnica de lã, que com certeza incomodava a pele e esquentava demais nos dias quentes da Judeia.

A tudo isto o santo se submetia, a fim de completar em sua carne os sofrimentos dos seus antecedentes.

É preciso aprender com São João

Por isso, exemplo dos 4000 anos sem Cristo, São João Batista é a imagem perfeita do Advento.

Nós também somos convidados a fazer essa penitência da espera:

O que é a vanglória a não ser uma túnica de lã espinhenta, que sempre que a usamos, nos incomoda e não nos dá paz?

O que é inveja, a tristeza pelo bem alheio, a não ser um alimento pouco nutritivo para a alma como gafanhotos e mel silvestre?

O que é a arrogância e o orgulho senão um exílio de nossa terra querida, a paz, pelas contínuas comparações e julgamentos falsos?

Temos muito a aprender com o Santo Batista.

A esperança personificada em uma pessoa

Por fim, São João também é a imagem perfeita do Advento porque, diferente de seus antecessores, ele viu a promessa sendo cumprida.

Quando atinge uma vida de contemplação perfeita, o santo desce à margem do Jordão. Ele sabia que o Messias já havia nascido, afinal, era seu primo! Ele havia sido purificado da mancha original pela voz de Maria Santíssima, que portava em seu ventre o Salvador do Mundo!

Mas São João não sabia quando seria o início da Missão do Senhor. Sua prova era: “estarei vivo para ver os dias do Ungido, do Cristo?”

Quando, então, vê aquela figura imponente, literalmente um Deus, um Homem perfeito, sob o sol que tantas vezes queimara sua pele, ele exclama: “Bendito o que vem em nome do Senhor! Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo!”

Estava acabado o Advento. Os milênios de espera cessaram. O Cristo, o Messias, começara sua caminhada, que terminaria no trono mais augusto: a Cruz. São João Batista já podia se alegrar.

Tanto foi sua fé que padeceu o martírio. Denunciou Herodes e sua perversão em roubar a mulher de seu irmão. Foi decapitado por bradar: “Não te é lícito!”, ganhou o Céu por sua fidelidade de emissário.

Assim, cristãos, olhemos a figura de São João Batista nesse Advento. Lembremos de sua preparação, de sua penitência, de sua alegria e de seu testemunho. Imitemo-lo para que, a sua maneira, também sejamos dignos da Pátria Celeste. Afinal, foi dele que Jesus disse: “Ninguém dentre os nascidos de mulher é maior que João, o Batista”.

 
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