Nascido em 30 de abril de 1651, na França, São João Batista de La Salle cresceu em uma época de intensa cultura.

Seu desejo, equilibrar os estudos naturais com os religiosos e os levar a todos os jovens e crianças do reino, proporcionou à Santa Igreja uma das obras educacionais mais fecundas.

Infância abençoada

João Batista cresceu em uma família profundamente católica. Teve mais dez irmãos, porém quatro deles acabaram falecendo na primeira infância.

Sua mãe era da nobreza, podendo lhe dar esmerada educação. Seu pai, amante da música, reunia em sua casa variados compositores para apresentá-los às crianças.

São João preferia, porém, música sacra à profana, e se rejubilava com os cantares nas igrejas; tanto que seu pai lhe conseguiu uma vaga no coral dos Cônegos da Catedral.

O jovem João era muito desenvolvido, tinha uma ótima conversa e sabia ser muito agradável no trato. Seu pai sonhava que iria galgar altos postos da política, e teve uma certa surpresa ao ver seu filho lhe pedindo permissão para entrar no seminário. 

Sabendo que não podia rivalizar com o Pai Celeste, concedeu a João sua bênção para o caminho sacerdotal. São João Batista de La Salle já aprendera a rezar o breviário, que recitava desde pequeno com seu avô.

Sua integridade nos estudos impressionava, e, ao completar seus dezoito anos, ficou conhecido como o mestre das Artes Livres, tal sua bagagem de conhecimento.

Com esta inteligência, João rumou para a universidade mais famosa do mundo, pelo menos àquela época: Sorbonne, lar de grandes mentes pensantes. Formou-se em Teologia e concluiu seu curso com louvor.

A Providência dita seus caminhos

Quando, porém, terminou todas as disciplinas e deveria aprontar-se para a sua ordenação, seu pai e mãe faleceram.

Vendo nos caminhos que a Providência Divina tinha algum desígnio que ele não entendia, decidiu abandonar o seminário para cuidar dos irmãos que, como ele, ficaram órfãos.

São João Batista de La Salle estudava nos tempos vagos, entre as ocupações de casa e da rotina dos irmãos.

Estes o admiravam tanto que, sentindo também a vocação religiosa, não tiveram dúvidas: entraram pelas vias do celibato.

São João, vendo que não precisavam mais dele, atendeu a um constante pedido de seu confessor: voltou ao seminário e fez-se sacerdote em 1678, com vinte e sete anos.

Este reverendo padre, vendo seu pupilo já encaminhado na vida, adoeceu pouco tempo depois, e recomendou a João que cuidasse de um pequeno colégio para órfãs que tinha idealizado.

O homem de Deus, ao atender ao pedido de seu confessor moribundo, achou sua vocação: no comprazimento em ensinar a doutrina de Deus e suas ciências, entendeu a importância da educação dos jovens.

Assim, começou a empreender a sua obra: o ensino era somente administrado aos que podiam pagar, nobres e burgueses; cabia, pois, à Santa Igreja inaugurar um ensino que transmitisse aos mais pobres a instrução necessária.

Aos poucos, com um núcleo primeiro de doze filhos, também religiosos, São João funda sua ordem religiosa, os Irmãos das Escolas Cristãs.

Deste pequeno número, rapidamente João Batista viu sair um enorme crescimento: em 1719 já havia mais de duzentos educadores e mais de três mil crianças sendo atendidas!

Crescimento exponencial da obra de São João Batista de La Salle

Os lasallatistas, como ficaram conhecidos, expandiram-se para todo o mundo. Em 1907 chegaram ao Brasil, no Rio Grande do Sul, e ainda hoje continuam sua obra de evangelização e educação.

São João, como sabemos, não contemplou desta terra esse crescimento. Em 7 de abril de 1719, uma Sexta-feira Santa, o santo educador, tendo atravessado uma semana de intensa dor, entregou sua alma a Deus.

Em 1900 ele foi canonizado e reconhecido na Santa Igreja pelo Papa São Pio X. E foi Pio XII quem o consagrou como o santo padroeiro de todos os educadores.