A primeira peregrinação aniversária com presença física de fiéis depois da quarentena, serviu também para comemorar o centenário da chegada da imagem de Fátima ao Santuário.
Redação (13/06/2020 11:51, Gaudium Press) Neste 13 de junho voltou a ser realizada no Santuário de Fátima, em Portugal a denominada “peregrinação aniversária”. Ou seja, uma peregrinação que acontece em todos os dias 13, desde maio até outubro.
Esta foi a primeira peregrinação aniversária deste ano de 2020. Até agora a quarentena causada pelo coronavírus proibia aglomerações, mesmo em locais públicos e abertos como é a esplanada do Santuário onde elas são realizadas.
Participando da peregrinação, o cardeal português Dom Antônio Marto declarou sua “alegria” por ver os peregrinos “fisicamente” de regresso a Fátima e saudou “a vida e o calor” que oferecem ao recinto do Santuário, agradecendo “testemunho de fé” dos que peregrinaram.
O Cardeal bispo de Leiria-Fátima quis destacar aos fiéis presentes a alegria que lhe passava pela alma e que era possível ver também no rosto e olhar dos peregrinos:
“Esta peregrinação aniversária deste 13 de junho reveste-se de uma particular alegria: primeiro, porque é a primeira peregrinação aniversária deste ano com a presença física dos peregrinos: a vossa presença física, que traz de novo ao Santuário, vida e calor.
Vida e calor, e afeto dos vossos corações, o sorriso e a alegria do vosso olhar, do vosso rosto, dos vossos lábios, embora escondido pela máscara. Mas é o coração dos peregrinos que transborda de alegria”.
Dom Antônio Marto ressaltou uma feliz coincidência de datas que acontece neste 13 de junho: Neste dia há 100 anos chegava ao Santuário a “Imagem Original” de Nossa Senhora de Fátima ao Santuário, “aquela senhora vestida de branco tão bonita, que falavam os pastorzinhos”, disse o Purpurado:
“Essa imagem está aqui; ela tornou-o símbolo de Fátima em todo o mundo e lembra que os peregrinos encontram aqui um memorial da presença de Deus, através do colo materno de Maria.
O peregrino de Fátima procura o colo materno que lhe fala da ternura de Deus, do cuidado terno e amoroso de Deus por cada um de nós. Através desta mãe, permite-lhe fazer aqui a experiência do acolhimento incondicional que Deus nos oferece através do Coração Imaculado de Maria”.
Para o Cardeal Dom Antônio Marto, cada peregrino presente no Santuário afirma duas palavras: “obrigado e ‘eu confio’” e, em contrapartida, no fundo da alma, ouve de Nossa Senhora “uma palavra de conforto, confiança e esperança, a mesma que disse a Lúcia: ‘não desanimes, nunca te deixarei’”.
“É com o coração cheio de alegria que vos dou as boas vindas e vos saúdo a todos e a cada um em particular, com todo o afeto no amor de Jesus Cristo e no amor de Maria”, inda disse o cardeal.
Há 103 anos acontecia na Cova da Iria a segunda aparição de Nossa Senhora a Lúcia, Jacinta e Francisco.
Os relatos narram que naquele 13 de junho ali estavam cerca de 50 pessoas. Por volta do meio dia, as crianças notaram o que eles chamavam de “relâmpago”, que era um reflexo de uma luz que se aproximava.
A luz do sol se obscureceu durante os minutos que antes do início do colóquio com os videntes. Alguns dos presentes afirmaram que o topo da azinheira, coberto de rebentos, pareceu curvar-se como sob um peso, antes da Lúcia falar. Algus afirmam ter ouvido um sussurro, como se fosse o zumbido de uma abelha.
Foi, então que iniciou o colóquio que mais tarde Irmã Lúcia revelou:
Lúcia: – Vossemecê que me quer?
Nossa Senhora: – Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que vem, que rezeis o terço todos os dias e que aprendam a ler. Depois, direi o que quero.
–Queria pedir-Lhe para nos levar para o Céu.
–Sim, a Jacinta e o Francisco levo-os em breve. Mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. A quem a abraçar, prometo a salvação e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas por Mim a adornar o seu trono.
–Fico cá sozinha?
– Não, filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus.
“Foi no momento que disse estas últimas palavras –conta Lúcia- que abriu as mãos e nos comunicou, pela segunda vez, o reflexo dessa luz imensa. Nela nos víamos como que submergidos em Deus. A Jacinta e o Francisco pareciam estar na parte dessa luz que se elevava para o céu e que se espargia sobre a terra.
À frente da palma da mão direita de Nossa Senhora estava um coração cercado de espinhos que parecia estarem-lhe cravados.
Compreendemos que era o Imaculado Coração de Maria ultrajado pelos pecados da humanidade que queria reparação. Quando se desvaneceu esta visão, a Senhora, envolta ainda na luz que d’Ela irradiava, elevou-se da arvorezinha sem esforço, suavemente na direção do leste até desaparecer de todo.” (JSG)