Um mestre da Palavra: o Cardeal Giuseppe Siri

Durante o recente Sínodo dos Bispos, dedicado à Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja, foi sublinhada a importância da homilia para nutrir a vida espiritual dos fiéis. Daí deriva também a grande responsabilidade dos sacerdotes, chamados a desenvolver este importante e delicado ministério. Nesse contexto pode ser útil aos pastores e aos fiéis o estudo da antologia de homilias para o ano litúrgico, do Cardeal Giuseppe Siri, compilada por Mons. Antonio Filipazzi, Conselheiro de Nunciatura da Secretaria de Estado, e editada pela Fede & Cultura. O volume foi lançado em Roma no dia 11 de dezembro, no sugestivo ambiente da Igreja de San Benedetto in Piscinula, na qual desenvolvem sua atividade missionária os Arautos do Evangelho.

Qualificada assistência

Após as palavras de acolhida de Mons. Angelo Di Pasquale, reitor da Igreja e Cerimoniário Pontifício emérito, fizeram a

Apresentação de Mons. Camisasca

apresentação da obra Mons. Massimo Camisasca, Superior Geral da Fraternidade Sacerdotal dos Missionários de São Carlos Borromeu, e Mons. Guido Marini, Mestre das Celebrações Litúrgicas do Santo Padre. Participaram do evento os Arcebispos Dom Dominique Mamberti, Secretário para as Relações com os Estados; Dom Mauro Piacenza, Secretário da Congregação para o Clero; Dom Albert Malcolm Ranjith Patabendige, Secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos; Dom Juan Ignacio Arrieta Ochoa de Chinchetru, Secretário do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos; e Dom Giuseppe De Andrea, Núncio Apostólico emérito; bem como o Bispo Dom Walter Brandmüller, Presidente do Pontifício Comitê de Ciências Históricas e Mons. Giuseppe Sciacca, Prelado Auditor da Rota

Vista do público

Romana. Entre as personalidades leigas, destacou-se o Prof. Guzmán Carriquiry Lecour, Subsecretário do Pontifício Conselho para os Leigos, que estava acompanhado por sua esposa, dona Lídice. Exemplar caridade pastoral O Cardeal Giuseppe Siri (1906- 1989) foi Arcebispo de Gênova de 1946 a 1987. Criado Cardeal em 1953, tornou-se o primeiro Presidente da Conferência Episcopal italiana, participou de quatro conclaves e é considerado um dos protagonistas do Concílio Vaticano II. Durante sua visita pastoral a Gênova em maio do ano passado, o Papa Bento XVI o definiu como "pastor zeloso". De fato - como escreve no prefácio do volume S. E. Mons. Negri - Siri pertence a "uma geração de Pastores [...] homens que guiaram o seu povo com uma orientação segura e uma exemplar caridade pastoral que, em certo momento, fez desse seu testemunho quase um martírio".

Alimento espiritual para o fiel

Para o Cardeal Siri, a homilia "ocupa o primeiro lugar pelo fato de que é conduzida diretamente sobre a ‘Palavra de Deus' e porque, para a grande maioria dos fiéis, permanece a única forma de alimento espiritual, na época posterior àquela em que frequentaram a catequese e aulas de Religião. Ademais, para muitos que esqueceram o que tinham aprendido de modo

Mons. Antonio Filipazzi

muito superficial quando eram crianças, a homilia - dir-se-ia - é a primeira autêntica evangelização". Para ele, "a verdadeira homilia, digna deste nome histórico, é aquela que

Mons. Guido Marini

dá o sentido, ponto por ponto, do que foi lido (num só texto, entende-se), propondo reflexões introdutórias, se necessárias, explicando termos, frases, modos de dizer, extraindo a lúcida doutrina que do texto se depreende, resolvendo dúvidas e dificuldades, fazendo alguma aplicação prática quando esta seja evidente ou imposta por situações especiais". A antologia apresentada em Roma, que reproduz algumas das homilias litúrgicas do Cardeal Siri, pode servir tanto para descobrir um aspecto da rica personalidade do purpurado genovês - às vezes exposta, infelizmente, segundo injustos estereótipos - quanto para ajudar na escuta da Palavra de Deus proclamada durante a celebração dos Santos Mistérios ao longo do ano litúrgico.

(Revista Arautos do Evangelho, Jan/2009, n. 85, p. 28-29)