Sexta-feira, 06 de Fevereiro de 2009.

Primeira Leitura: Hebreus 13, 1-8
Leitura da carta aos Hebreus:

Irmãos, 1Conserve-se entre vós a caridade fraterna. 2Não vos esqueçais da hospitalidade, pela qual alguns, sem o saberem, hospedaram anjos. 3Lembrai-vos dos encarcerados, como se vós mesmos estivésseis presos com eles. E dos maltratados, como se habitásseis no mesmo corpo com eles. 4Vós todos considerai o matrimônio com respeito e conservai o leito conjugal imaculado, porque Deus julgará os impuros e os adúlteros. 5Vivei sem avareza. Contentai-vos com o que tendes, pois Deus mesmo disse: Não te deixarei nem desampararei (Dt 31,6). 6Por isso é que podemos dizer com confiança: O Senhor é meu socorro, e nada tenho que temer. Que me poderá fazer o homem (Sl 117,6)? 7Lembrai-vos de vossos guias que vos pregaram a palavra de Deus. Considerai como souberam encerrar a carreira. E imitai-lhes a fé. 8Jesus Cristo é sempre o mesmo: ontem, hoje e por toda a eternidade.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

SALMO: 26-27

O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem temerei? O Senhor é o protetor de minha vida, de quem terei medo?

R: O Senhor é minha luz e salvação!

Se todo um exército se acampar contra mim, não temerá meu coração. Se se travar contra mim uma batalha, mesmo assim terei confiança.

R: O Senhor é minha luz e salvação!

Assim, no dia mau ele me esconderá na sua tenda, ocultar-me-á no recôndito de seu tabernáculo, sobre um rochedo me erguerá.

R: O Senhor é minha luz e salvação!

Fala-vos meu coração, minha face vos busca; a vossa face, ó Senhor, eu a procuro. Não escondais de mim vosso semblante, não afasteis com ira o vosso servo. Vós sois o meu amparo, não me rejeiteis. Nem me abandoneis, ó Deus, meu Salvador.

R: O Senhor é minha luz e salvação!

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Marcos 6, 14-29
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos:

Naquele tempo, 14O rei Herodes ouviu falar de Jesus, cujo nome se tornara célebre. Dizia-se: João Batista ressurgiu dos mortos e por isso o poder de fazer milagres opera nele. 15Uns afirmavam: É Elias! Diziam outros: É um profeta como qualquer outro. 16Ouvindo isto, Herodes repetia: É João, a quem mandei decapitar. Ele ressuscitou! 17Pois o próprio Herodes mandara prender João e acorrentá-lo no cárcere, por causa de Herodíades, mulher de seu irmão Filipe, com a qual ele se tinha casado. 18João tinha dito a Herodes: Não te é permitido ter a mulher de teu irmão. 19Por isso Herodíades o odiava e queria matá-lo, não o conseguindo, porém. 20Pois Herodes respeitava João, sabendo que era um homem justo e santo; protegia-o e, quando o ouvia, sentia-se embaraçado. Mas, mesmo assim, de boa mente o ouvia. 21Chegou, porém, um dia favorável em que Herodes, por ocasião do seu natalício, deu um banquete aos grandes de sua corte, aos seus oficiais e aos principais da Galiléia. 22A filha de Herodíades apresentou-se e pôs-se a dançar, com grande satisfação de Herodes e dos seus convivas. Disse o rei à moça: Pede-me o que quiseres, e eu to darei. 23E jurou-lhe: Tudo o que me pedires te darei, ainda que seja a metade do meu reino. 24Ela saiu e perguntou à sua mãe: Que hei de pedir? E a mãe respondeu: A cabeça de João Batista. 25Tornando logo a entrar apressadamente à presença do rei, exprimiu-lhe seu desejo: Quero que sem demora me dês a cabeça de João Batista. 26O rei entristeceu-se; todavia, por causa da sua promessa e dos convivas, não quis recusar. 27Sem tardar, enviou um carrasco com a ordem de trazer a cabeça de João. Ele foi, decapitou João no cárcere, 28trouxe a sua cabeça num prato e a deu à moça, e esta a entregou à sua mãe. 29Ouvindo isto, os seus discípulos foram tomar o seu corpo e o depositaram num sepulcro.

- Palavra da salvação.
- Glória a Vós, Senhor.

Comentário ao Evangelho do dia feito por São Beda o Venerável:

São Beda o Venerável (c. 673-735), monge, Doutor da Igreja
Homilia 23 (livro 2); CCL 122, 354, 356-357 (trad. Orval)

João Baptista, mártir da verdade

Não há qualquer dúvida de que São João Baptista sofreu a prisão pelo nosso Redentor, que precedeu pelo seu testemunho, de que foi por Ele que deu a vida. O seu perseguidor não lhe pediu para negar Cristo, mas para calar a verdade, Contudo, foi por Cristo que morreu. Com efeito, Cristo disse acerca d'Ele mesmo: «Eu sou a verdade» (Jo 14,6). Se pela verdade derramou o seu sangue, então foi por Cristo. Nascendo, João testemunhou que Cristo iria nascer; pregando, testemunhou que Cristo iria pregar; baptizando, que Ele iria baptizar. Sofrendo primeiro a sua Paixão, significou que o próprio Cristo a sofreria [...]

Este homem tão grande chegou, então, ao fim da sua vida pelo derramamento do seu sangue, depois de um longo e penoso cativeiro. Ele, que anunciou a boa nova da liberdade de uma paz superior, foi lançado na prisão pelos ímpios. Foi fechado na obscuridade de um cárcere, ele que veio para dar testemunho da luz [...]. Pelo seu próprio sangue é baptizado aquele a quem foi dado baptizar o Redentor do mundo, ouvir a voz do Pai dirigindo-se a Cristo, e ver descer sobre Ele a graça do Espírito Santo.

O apóstolo Paulo efectivamente disse-o: «Porque a vós vos é dado por Cristo, não somente que creais n'Ele, mas ainda que por Ele padeçais» (Fil 1,29). E, se disse que sofrer por Cristo é um dom dos Seus eleitos, é porque, como diz noutra parte: «Tenho como coisa certa que os sofrimentos do tempo presente nada são em comparação com a glória que há-de revelar-se em nós» (Rom 8,18).